sexta-feira, 30 de outubro de 2015

O dragão, a libélula & A extinção da humanidade pela incompletude da Arte...





O dragão, a libélula
A extinção da humanidade pela incompletude da Arte... 





A força emanada do primitivo sentir é a mesma que faz o bisão correr nas tundras selvagens e a libélula flutuar na tépida primavera. A arte talhada por civilizações transmuta as primitivas sensações em representações culturais. Quando há um refinamento maior - nas representações culturais - dizemos que é uma obra-prima. As geleiras coagulantes exprimem uma natureza superior. O tempo de conservação nestas paragens aumenta. Promove a sensação inscrita nesta natureza. Permite que seja transformada em arte superior por almas mais sensíveis, mais aptas ao exercício da sublimação. Nos trópicos há menos sublimação, porém há mais calor, mais lascívia, mais arte sanguínea, mais priapismo cultural. Os tambores repercutem na selva humana, na alma lapidada das civilizações. A moral tentou engaiolar o espirito dionísico. Nietzsche escreveu que Sócrates foi o ideólogo da moral. Colocou grades apolíneas no ditirambo, aprisionou a paixão humana com sua maiêutica. O cristianismo continuou a obra de dominância sobre a natureza humana. O ser foi repelido, foi esmagado por uma humanidade mais hipócrita. A carne expressa pecado. O bode de dionísio foi transformado em ovelha cristã. Por baixo do velocino religioso o espirito do lobo uiva. Descartes crucificou as forças da natureza nas suas abcissas  e ordenadas. A revolução industrial sublimou a natureza do homem como conteúdo mercadológico. A arte foi massificada. Multidões foram empurradas à estética da violência. As grandes guerras foram cultuadas por gerações do século vinte. Atualmente, a arte deixou de ser a expressão completa, a libertação do desejo como falava Schopenhauer. A industria da arte monta seus produtos com a mesma técnica das grandes corporações. O artista apenas é responsável por uma parte do imenso quebra-cabeça cultural administrado pelo mercado. O homem é escravo do consumir. A arte é mais um produto vendido nas gondolas dos Shoppings Centers.  Sem arte o homem definha, a humanidade caminha em passos largos à extinção. Este é o futuro. O universo tem forças e matérias que a "razão" não alcança. A extinção é parte da expansão do cosmos. Nada restará nem homem, nem arte...




terça-feira, 20 de outubro de 2015

Dei um Click e Joguei a Razão na Lixeira... A→ B (se A então B) B→ A (se B então A)




Dei um Click
Joguei a Razão  na Lixeira...




Os fatos se sucediam. Os sujeitos e os objetos se atualizavam na linha do tempo e espaço. Apenas sentia o escorrer dos momentos infindáveis. Não tinha interesse em organizar. Deixava a entropia fluir em busca de uma nova desordem ordenada. O corpo estirado na espuma sintética, inerte ao desenrolar do ramerrão humano-mesquinho. Tudo era indiferente na diferença. O singular era diferenciado. Não pertencia ao que chamamos de humanidade, de unidade homem. Lembrava a historia do poeta beatnik que ficou anos em Londres deitado - sem inspiração e sem movimentos. Nada alteraria este estado inerme, nem a exuberância da vida, nem a procura e oferta do deus mercado. A poesia é uma mentira da realidade. Os estímulos de dionísio não fazem mais o verve se manifestar no cérebro estafado do poeta. Os motores movimentam a ilusão de que estamos livres da caverna. Platão morreu pelo seu etéreo e imaculado mundo das ideias. Com efeito, o que há são os simulacros, os imperfeitos, as cópias infiéis que ganharam vida com Deleuze. Defenestrar o corpo é uma opção - quando descobrimos o sentido da existência. Alguns preferem a cicuta no cálice do Santo Graal - como meio das moléculas humanas voltarem ao universo real. A chuva lava a atmosfera, como o álcool limpa os pensamentos esturricados de irrealidades-inversas. O fluxo irracional pelos neurônios permite que a velada existência seja descoberta dos seus véus de maia. Alguns dizem que no passado existiam coisas límpidas dos embaraços antropomórficos, entre elas Epicuro. Para ser é preciso ter sido e a reciproca é verdadeira: A→B (se A então B) B→A (se B então A). Para sermos precisamos não-ser-sendo. Avançamos para o devir na indeterminação do determinado universo. No porvir estaremos caminhando separados ou agregados. A geometria-física-química nos deletará a consciência - perturbação do corpo. As partículas se aglutinaram em outras configurações influenciadas pelas quatro forças do universo e outras que surgirão na linha do espaço-tempo. A matéria e as forças se expandem no universo infinito, onde nossa lógica antropomórfica não alcança e isto nos é indiferente - Panta Rhei...