segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Maxikoan - The Sermon of the Abyss




The Sermon of The AByss







Estou sempre incoativo. Uma incoatividade sistemática; é o padrão de uma passividade consciente, que sabe, que traduz a palingenesia, o eterno retorno de Nietzsche. Sinto o sabor do gerúndio em cada passo futuro que sempre deságua no passado. Sinto o desejo racionalizado ou a sabedoria do amplo fluxo da existência que não pode se desvincular da pré-determinação, da natureza que os gregos chamavam de Phisys. Na realidade, a Phisys Grega exercida pelos que a filosofia chama de pré-socráticos - nos revela uma profundidade no conteúdo conceitual gerado pelo epifenômeno que se aproxima muito do Ser. O Ser dos sentidos, das percepções, da linguagem adaptada a realidade. Os neurônios neste modelo estão configurados com as forças do universo, da matéria formando uma sintonia fina com córtex.



O paradigma da Phisys Grega, apesar de seus vários conceitos e diferentes interpretações, mantém o fundamento que se abre para o homem moderno - para ciência atual. De Tales de Mileto (Água) a Demócrito (átomos) há a unidade, o modelo que busca fechar o sistema a partir de um principio, num pressuposto que vai redundar na teoria, na busca da verdade, mesmo que seja infinita. Aqui começa o perigo da totalidade, de fechar universos específicos, ampliando para uma explicação holística. Esta ideia da formula total foi transposta perigosamente para as ciências sociais. No Século XIX  Auguste Comte iniciou com a sociologia a transposição das leis  científicas da natureza à sociedade humana, ocasionando uma matematização da humanidade no seu Positivismo.




A Direita e a Esquerda no século vinte usaram o estado como a racionalidade mais acabada, o ápice do espirito, como escrevera Hegel - o coletivo sufocando o individuo. O controle total do homem pela repressão tem a origem na tentativa de totalização da sociedade e do mundo pela Republica de Platão e  da Racionalidade Hegeliana, que provocaram as grandes guerras e uma tensão permanente no século XX. Nestas filosofias há uma justificação de uma sociedade de classes, de estamentos, sem mobilidade social ou a extinção de patamares sociais, herdadas da revolução industrial, da maquinação social, da divisão do trabalho; diferente das Utopias da renascença, que ofereciam um mundo mais generoso, mais edulcorado ao ser humano. 





No Século XXI chegamos ao controle total dos cidadãos do mundo. A Rede Mundial de Computadores (WEB) possui todos os dados de cada unidade humana.  Ao mesmo tempo que se abre como um espaço democrático, há nos obscuros escaninhos dos Governos Globalizados um gerenciamento da existência de cada individuo conectado na rede. As recentes revelações de Edward Snowden publicadas por Greenwald nos mostram este aspecto.  Não estamos sós, cada pensamento, cada expressão deste exercício neuronial é monitorado, vigiado e reprimido e estimulado para o consumo. 








Os Drones que eliminam "terroristas" tem como consequência perversa atingir populações civis. Quem decide se x ou y sumariamente devem ser eliminado são governos comprometidos com a tecnologia de guerra.  A economia bélica pressiona governos para que seus produtos sejam consumidos pelo  ditador de plantão ou o Obama do momento. Como podemos confiar em Governantes se eles se elegem com dinheiro do Lobby dos Grandes Conglomerados Econômicos. Estamos determinado a acreditar que os seres humanos são dependentes da ideologia do poder de plantão, da Igreja, das teologias, do Capitalismo e da Política dos Rentista que estouram Orçamentos Sociais; pois somente uma minoria sai as ruas para  protestar  a manipulação que o ser humano é submetido, enquanto a passividade e um consumo desenfreado encantam a classe media no seu eterno sonho de ter...





Terminando... como se organizar contra a totalidade repressora de transnacionais, de manipulação de dados,  de governos corruptos que com o voto a cabresto conduzido pelas Mídias Tradicionais se mantém  frente a Países que estão ligados intestinalmente com o interesse econômico. Não há fronteiras delimitando o que ser humano pode ou não pode fazer, mas simplesmente a organização de uma moral baseada em estrategias de dominação que  mantém a população escrava de sua própria "consciência", aceitando o olhar do Senhor - A Crueldade da Filosofia de Hegel Racionalista.... 

Ninguém pode  manipular nossos sonhos como manipulam a realidade... E com esta frase encerro minha divagação internamente coerente com os meus neurônios configurados pelo ser que se atualizou no castrador sistema capitalista.








segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Maxikoan - Limite de Chandrasekhar - By Eros Thanatos








Limite de Chandrasekhar




I

Estou confinado na gravidade da existência, numa conspiração do mundo sub-atômico que depreciou sua energia, restando matéria fria, sem emoção, apenas epistemologia, teoria do conhecimento. A natureza vibra fora deste limite, os fótons livres bombardeiam a matéria e sonham em colidir com a energia escura - ou o velamento da física que os pré-socráticos deixaram nas entrelinhas de seus tratados e poesias. 

O estado de coisas se resume a uma bolha intransponível que retém o transpassar transcendental kantiano. Prisioneiro de um imanente universo que flui no espaço-tempo eterno e relativo, sem Einstein, sem consumo de energia e matéria, apenas atualizando o singular nos campos inexpugnáveis de Espinoza, do perspectivismo nietzschiniano que se integra no processo das dobras de Gileuze. 



II

A cabeça desnuda recepcionando ondas desinteligentes. A crueza do córtex é responsável pela ignara comunicação, interlocução. A matéria como último bastião da liberdade , não que a única solução seja o materialismo, mas quiçá a transformação de matéria em energia eterna sem consciência antropomorfica e caso não seja possível, ainda resta o plano b: - A dualidade da Luz; ora energia, ora partícula...

A memoria-junkie tinha um sonho ou no sonho tinha uma memoria-junkie, mas o certo foi que acordei com a imagem de um cavalo copulando com uma mulher. A lascívia feminina era dirigida pelo equino que com seus olhos imperturbáveis enfiava seu pênis quase infinito na flor da gravidade curva e paradoxalmente quântica. Os fótons, os quarks, os léptons, os bárions, gravitons... que formavam o corpo da espécie humana feminina, regidos pelas quatros forças que ordenam o universo, de acordo com a teoria das cordas, construíam a figura da fêmea abrindo a boca, revirando os olhos e colocando sua língua vermelha sex appeal em movimentos sinuosos, rápidos como as ondas do estágio do sono REM. Os raios solares invadiram a lucarna, levantei do colchão surrado, os olhos cansados se depararam com o aquário cheio de hippocampus grávidos; os machos cuidando dos filhotes e as fêmeas livres para agirem no meio fluido....



III

Crianças haitianas comem bolachas de barro secado ao sol com um pouco de sal para torna-los mais palatáveis. Em Manhattan um executivo acompanhado do seu Ceo são responsáveis por fraudes financeiras que desequilibraram a maior economia capitalista, mas indiferentes a isto, degustam algum acepipe extravagante, harmonizado por um vinho que expressa sua qualidade em duas unidades de mil dólares. A globalização, o sistema financeiro está garantido, ou melhor, as transnacionais não irão a falência, pois a mão invisível do estado ofertará bilhões de dólares dos impostos da população. 

A periferia globalizada se desfaz de suas riquezas minerais e humanas, os primeiros explorados e exportados por empresas supra-nacionais, que espalharam seus sustentáculos sobre os territórios nacionais precarizados; os segundos são dilacerados pela fome, pelas doenças tropicais, pelas calamidades anti-ecológicas e governos levados a cabrestos pelas elites associadas aos capitalistas do centro. Para piorar a situação, os países periféricos com vastas fronteiras agrícolas, tem os preços de seus produtos controlados por bolsa de valores estrangeiras que manipulam artificialmente os valores.



IV

No final estaremos todos dentro do limite de Chandrasekhar, seremos eternas anãs brancas a esfriar num universo configurado pela Teoria das Cordas, seremos sons originários do dedilhar do destino, estamos aferrolhados e pré-determinados pelas quatro forças que governam. Querer ultrapassar isso é ficar retido na singularidade de um buraco negro, numa densidade infinita, onde nem a luz escapa. Não tenho boas notícias ou consolos para os humanos e qualquer outro ser que possa existir, estamos condenados a solidão terrível da massa que forma o universo tanto dentro como fora do limite Chandrasekhar ....




M_{Ch} = \frac{\omega_3^0 \sqrt{3\pi}}{2}\left ( \frac{\hbar c}{G}\right )^{3/2}\frac{1}{(\mu_e m_H)^2}.


onde \hbar é a Constante de Planck reduzida, c é a velocidade da luzG é a constante gravitacional universalm_{H} é a massa do átomo de hidrogênio, μe é a massa molecular média por elétron, e \omega_3^0 \approx 2.018236 é a constante matemática relacionado a equação de Lane-Emden.

THE END   


sábado, 14 de setembro de 2013

Versos Quânticos Assimétricos Ocultos



VERSOS QUÂNTICOS ASSIMÉTRICOS OCULTOS




Um é problema

O Outro é sistema...

Quando Olho o espelho

Quase já não enxergo...

A massa do meu corpo toma volume 

Minha alma me abandona 

Reflito todo o passado:

A pele respira maciamente no involucro imenso do móvel de imbuia cibernético - que abriga por meio das gavetas de laser decompostas em cores flamejantes e laminadas - o Ser...

Os códigos do genoma em números sustentáveis dentro de realidades possíveis no meu espirito  saindo para passear num fóton pelo o universo desconhecido ou num código genético do marfim de um elefante indiano guiado por um monge budista descendente direto de Sidarta Gautama....

As lágrimas correm copiosamente perante as injustiças:

A foto no jornal... 

A mentira nas entrelinhas...

A mancha no lençol...

Viagem filosófica...

Encarnação grega pré-socrática...

Desmorono sobre lembranças sem recordações:

Fragmentos

Fermentos infinitos num espaço negativo

Pedras despedaçadas num passado que não passou

Tudo preparado, dosado e mumificado

O marketing está pronto...



  



Da neo locomotiva à energia quântica

A minha semântica falhou

O trilho do sentido está a espera

Maiskowski lavou seu blusão

Amarelo-rosa

Meu cavalo do tempo-espaço cósmico ainda está com suas patas cravadas  no globo dimensional total

A porta estará sempre aberta às novas percepções...

ALDOUS HUXLEY:

"Devemos o Progresso aos Insatisfeitos"



A janela será a ponte para o futuro

NASA / Java / Jacarta
Windows / Linux

Sempre haverá um paralelo para o qual não estaremos preparados

A relativa Grécia nos oferece absoluta filosofia entre solutas relações pré-pós-socráticas

A sentença já foi dada

Não tenho mais tempo

Não quero ser a bola da vez

Sinuca de bico

Não há tergiversação...

Frutos exóticos de neurônios alimentados por super-mezcalinas

Alguém morre, outrem nasce

O circulo filosófico do tempo mental-genético contrasta com a relatividade de Einstein

Até o infinito tem um fim...


E = mc²

MAXIKOAN

Eu não forneço nenhuma regra para que uma pessoa se torne poeta e escreva versos. E, em geral, tais regras não existem. Chama-se poeta justamente o homem que cria estas regras poéticas
Maiakovski

  



quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Maxikoan - Existência Nauseada - by Eros Thanatos



"Why is there something rather than nothing? "  Martin Heidegger



Quando tive o primeiro contato com o existencialismo, um dos seus autores - Jean Paul Sartre - já havia falecido. Estava na puberdade, os feromônios, os poli-hormônios espocavam nas glândulas do corpo em rebelião. Havia uma revolução em cada aminoácido, uma revolta em cada célula. Precisava de uma filosofia, de sexo, de esportes, de drogas, de álcool... nada era suficiente para deter a revolução da revolução que habitava os neurônios. A biblioteca pública ajudava o aplacamento da fúria, quase incontrolável - desejos de motins contra o estabelecido, contra o status quo. As tardes ocorriam e transcorriam nas paginas de Nietzsche, nos Deuses de Epicuro, nas escassas informações de maio/68 - o estaleiro para atracar a nau da revolução latente.



Foi num outubro quente, na feira do livro de Porto Alegre, embaixo dos jacarandás floridos, depois de consumir infinitas cervejas, no saudoso bar central, que contatei Sartre. Estava nas caixas de saldo o livro: A Náusea. Fiquei pensando sobre qual o conteúdo das páginas. Seria algum personagem alcoólatra de ressaca ou simplesmente alguém enojado da sociedade capitalista. Puxei algumas cédulas da minha jaqueta Lee e fiquei a sopesar. Compraria o Livro ou tomaria mais algumas cervejas. Resolvi fazer ambos, surrupiei o livro e tomei mais cervejas virando as páginas do filosofo existencialista na mesa de um bar. Foi assim que comecei a ler Sartre, e foi assim que contaminei meus pensamentos com a liberdade e o ateísmo Sartriano; porém estava no mínimo 30 anos atrasado... 



Jean-Paul Sartre escreveu: "O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram de você". Em Outras palavras, o existencialista queria dizer, você tem um certo grau de liberdade, de livre-arbítrio, você pode vencer a sociedade e inclusive mijar no túmulo do Chateaubriant. Sartre era considerado um intelectual sujo, junkie, um contumaz consumidor de álcool, coridrina, mescalina e outras drogas. Suas contradições inundavam as posições políticas e a filosofia, pois ao mesmo tempo defendia a liberdade do individuo e apoiava a extinta União Soviética Stalinista, que esmagava a singularidade em nome da coletividade. Sartre foi um errante aos olhos da ortodoxia, porém a própria esquerda tradicional que lhe criticava tinha seus fundamentos na contradição, na dialéctica, no movimento incessante da historia, ou simplesmente, na existência, no existencialismo.


Hodiernamente, sou um Roquentin. Tenho náuseas de tudo, da sociedade, dos esportes, do álcool, das drogas. A minha náusea começa quando acordo, quando estou em vígil e vai até o momento em que durmo. Tenho ataques de vômitos e enjoos full time. Não encontro nenhum porto seguro em que possa ancorar o niilismo, a nadificadão da existência, mas Sartre não é o único responsável para a tendencia ao nada. O pessimismo se agudizou ainda mais no momento que abri livros de Heidegger e descobri o homem autentico. A vida é sem sentido, é aleatória, apesar de pensarmos que temos poder de mudar alguma coisa. O homem autentico sabe que nasceu para morrer, que não tem nada de especial, apenas tem uma linha de tempo biológica que se extinguirá em algum momento da sua existência. O pensar é a tortura ininterrupta que o córtex impõe, a náusea é a essência do pensamento, quem pensa deve saber, estamos sós e morreremos sós por mais que alguém tente buscar uma salvação, uma transcendência.





Um dos Filósofos que Sartre se influenciou foi Heidegger que perguntava:


- Porque Existe o Ser e Não o Nada?

Na realidade existe o ser em busca do nada ou o homem tentando preencher o nada com a superfície da existência fora do seu âmbito biológico, do seu âmbito intelectual, mas isso é apenas um passa-tempo, uma manobra diversionista para driblar o futuro-nada ou o sem sentido da vida.... O filosofo existencialista sentiu o nada, mergulhou no nada antes de morrer. Tomava porres imensos nos cafés parisienses, abusava de soníferos, ficou cego. Podemos dizer que foi um Édipo do século vinte. Descobriu o enigma da existência e mergulhou na caverna profunda e densa do nada. Seu último pensamento deve ter sido: "A luz ou a escuridão não importa, quando pela atividade intelectual descobrimos a única eternidade acessível ao homem, ou seja, O Nada....