quinta-feira, 16 de abril de 2015

Maxikoan - Acidez Cética Ou O Corpo Que Fala | O sol do meio-dia não faz sombra...


O sol do meio-dia não faz sombra

Acidez Cética




A acidez cética que persegue minha existência foi desenvolvida de acordo com o pensar. O figado todo dia vomita a ressaca anterior. A saliva tem dificuldade em hidratar a entrada do aparelho estomacal. O anus expele o bolo alimentar insalubre do dia anterior. Todos sabemos que o pensamento, como afirmou Locke, vai se moldando na tabula rasa cerebral de acordo com os sentidos. Somos resultado do empirismo, não existe outra possibilidade. O livre-arbítrio é a forma que a teologia e o liberalismo encontram para condenar o homem por suas ações. A religião condiciona seus cordeiros ao pecado original - para que nas suas consciências carreguem o peso da culpa. O rebanho servil se apascenta, mas agora também precisa aliviar sua alma, acreditar que seu livre-arbítrio não lhe garantirá o paraíso - necessita uma moral de gado. O liberal precisa da liberdade às ações, ou seja, acumular riquezas e garantir sua segurança pelo estado "mínimo". O homem é livre para enriquecer e se sentir seguro na  propriedade, assim pensa os adeptos da ideologia do liberalismo . O sacerdote precisa da culpa e da liberdade para que o rebanho possa seguir o caminho da salvação. O liberal precisa do livre-arbítrio para explicar que seu status quo é fruto do seu trabalho, do seu esforço, enquanto os desfavorecidos da sociedade não quiseram aproveitar as "oportunidades".




A digressão na segunda parte do primeiro paragrafo é o resultado do epifenômeno sobre a primeira parte. O epifenômeno é o pensamento, ou seja, o fenômeno do fenômeno, o reflexo dos sentidos na caixa craniana. Poderia dizer que é a hermenêutica da acidez cética, que é o eco das bebedeiras e pajelanças toxicas que compõe o ramerrão que me consome. O amanhecer é tétrico, o corolário dos excessos. No córtex uma narrativa do absurdo sem fim percorre eletricamente de neurônio a neurônio, de axônio a axônio. O que penso agora é imaculado das origens que resultou no pensar de agora. É como o ouroboros e o eterno retorno de Nietzsche. O pensamento sai do epifenômeno fazendo sentido inverso, volta para o fenômeno e no circulo sem fim volta ao córtex sem indícios de sua origem...  






quinta-feira, 9 de abril de 2015

Niilismo Para Consumo Ou O Nada Elevado Ao Quadrado....




Niilismo Para Consumo 

Ou 

O Nada Elevado Ao Quadrado....







Na posse de uma botelha de vinho húngaro, uma garrafa de guaraná e gelo a vontade, iniciei o ritual de sacrifício-etílico-escrevinhador. Tomorrow, certamente, não levantarei antes do meio-dia, como fazia o metódico Renan Descartes. Já posso sentir a corrosão no estomago, causado pelo ácido acetilsalicílico, mas a dor no cérebro vai passar. Contudo, subtraindo, somando, equacionando tenho mais vantagens neste processo de escrita, quase sacro, que iniciei há muito tempo. As propriedades  cabíveis para existência são rabiscadas no papel incólume, que consegui junto a lata de lixo de uma gráfica resistente a Steve Jobs e fiel a Gutemberg.   O efeito do álcool é primordial para a tarefa de espalhar letras no papiro moderno. Neste kairos, momento, as correntes sanguíneas carregam toda a toxicidade necessária. Na realidade, o organismo é perturbado. Na dinâmica do espaço-tempo, quadrimensional, os homens oram, se lamuriam do sofrimento incrustado em suas psiques  carregadas de metafisicas, religiões, crenças & ciências. Os deuses não se manifestam, os seus representantes terráqueos exorcizam minha saliva venosa e ateia que contamina o rebanho. O cientista vai ao laboratório  sacrificar suas cobaias, expor a teoria da ratazana, mas precisa acreditar no axioma que flutua no oceano de incertezas de Parmênides. O teólogo elabora seus dogmas baseados, fundamentados na imensa solidão etérea. Meus pés fincados no planeta a caminho da destruição, suportam o alcoolismo niilista que cresce dia a dia nos pântanos do pensamento. Os procedimentos do cientista, do teólogo e do niilismo imanente no meu ser tem um mesmo objetivo. Todos tentam sobreviver pelos sentidos o sem sentido do animal homem. Todos precisam de uma bengala para se apoiarem na breve existência, que no fundo sabemos não ter nada de especial, pelo contrário, logo adiante seremos diluídos no rio de Heráclito, onde nossas  molécula se misturarão em outra configuração no eterno retorno de Nietzsche. Estaremos nos meios das fezes que possuem o mesmo material constituinte do humano, que vibram nas teorias das cordas e se movem pelas mesmas energias.