terça-feira, 29 de setembro de 2015

Re-Voltaire Contra a Intolerância ou o Crepúsculo da Humanidade....





Re-Voltaire Contra a Intolerância ou o Crepúsculo da Humanidade....





A mente anarquista com barba de Karl Marx resiste as filosofias plásticas transmitidas pelos canais digitais. Ninguém vai tutelar a rebeldia ou edulcorar a utopia. A radicalidade das posições é a base da existência. A filosofia é filha dos grunhidos do primata, que matava suas desavenças com um atirar de pedras nos crânios opostos a sua conservação. Não existimos fora da linha-limite entre o corpo e o universo. Estamos preparados para mudar de configuração e transmutar em outro conceito. Os sonhos do sistema condenam. As perspectivas da realidade levam ao cadafalso do poder que engole todas as diferenças. Vivemos uma época que o ser perdeu a essência revolucionária. Houve uma transfusão com o objeto. O ser adquiriu as características do objeto pós-revolução industrial. A coisa incorporou as qualidades e os valores do ser. Existimos numa ontologia perversa, a onde a linguagem só encontra sentido nos fluxos cibernéticos, que fluem nos cabos ou ondas entre máquinas ou nos códigos digitais estranhos para a maioria da humanidade.







RE-VOLTAIRE

"François Marie Arouet, mais conhecido como Voltaire, foi um escritor, ensaísta, deísta e filósofo iluminista francês. Conhecido pela sua perspicácia e espirituosidade na defesa das liberdades civis, inclusive liberdade religiosa e livre comércio"  - Wikepedia

Re-Voltaire. Uma tentativa de tolerância neste mundo castrador de diferenças. A vida que conhecemos são ensamblamentos de diferenças. Disputas de forças opostas. Desequilíbrio de energias. Re-Voltaire contra a intolerância da homogeneidade. Antes do big-bang não existia diferença entre matéria, espaço-tempo e forças. Quando o universo tiver uma temperatura de zero grau kelvin, também não existirão diferenças. Nem no período anterior ao big-bang, nem o universo a zero grau kelvin (zero absoluto), existiu e existirá vida. O caminho da humanidade é abertura de um feixe cada vez maior de discrepâncias. O contrário será seu crepúsculo. Re-Voltaire contra a perda de privacidade. Contra a pasteurização da cultura. Contra o fundamentalismo. O humano precisa aprofundar suas diferenças num oceano de tolerâncias.






sábado, 12 de setembro de 2015

Die Blechtrommel - Os sentimentos só fazem sentido nos filmes...


 Os sentimentos só fazem sentido nos filmes...

Die Blechtrommel



Os sentimentos só fazem sentido nos filmes. Na vida real o que chamamos de sentimentos são os véus que cobrem os mais diversos interesses primitivos. Estamos programados desde antes do Big-Bang. Condenados pelo eterno retorno de Nietzsche (Palingenesia). As configurações obedecem as atualizações no mesmo substrato a partir do início do espaço-tempo. As quatro forças do universo agem na matéria que se transforma pelo rio de Heráclito. Uma voz interior socratiana odorizando a enxofre murmura:

"O tambor do anão de Günter Grass esconde um dilema. Como escrever sobre um mundo melhor, mais igualitário, se participei, efetivamente, para construir uma sociedade totalitária e assassina?"

A preocupação de Oskar poderia ser diluída nas janelas das compensações do escritor brasileiro Machado de Assis. Sempre há uma possibilidade de aliviar a pressão que a culpa realiza. Basta abrir uma janela que substitua o fato negativo. Não precisa ser com outro fato, podemos extrair elementos positivos em qualquer situação. Ao contrário da doutrina católica e das maiorias da religiões, que para expiar a culpa pedem a punição ou sacrifício - ou ambos. A janela de compensação seria um prêmio pelo ato culposo. Uma forma de esquecer as "escolhas" difíceis que o homem efetiva. Porém, não temos domínio sobre qualquer fato, apenas organizamos dentro do antropomorfismo chamado espaço-tempo. Esta criação humana só existe dentro do córtex. Nasceu do movimento do substrato herdado do big-bang, mas que é indiferente para o universo. O conceito cultura, que envolve todas as façanhas humanas, da ciência ao mito, do mais rudimentar artefato criado no berço da humanidade ao mais complexo sistema tecnológico desenvolvido, tem o mesmo "sentido". A teia é a cultura dos aracnídeos. O mel é a cultura das abelhas.   A represa é a cultura do castor. Nada do que nomeamos faz sentido para o universo. As palavras, a semântica, a gramática não influem no que chamamos de realidade, apenas nos dão uma sensação de domínio, que efetivamente não nos pertence. Nossas obras são um conjunto vazio. Nossos sentimentos mais nobres são somente os véus que cobrem a dinâmica indefectível do que chamamos espaço-tempo. O ódio e o amor se diferenciam somente nos vazios dos conceitos. Que Oskar rebumbe seu tambor,  que sua voz vitrícida consiga romper os vitrais da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, que os tedescos continuem engolir enguias, que Stephen Hawking elabore mais teorias sobre o universo, mas tudo isso é e será indiferente para o cosmo infinito...