quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

WHAT IS MAXIKOANS? - PART 1







MAXIKOANS - Linguagens estruturais-

sintéticas-analíticas que usam o método de

introduzir o kaos no pensamento para que

o ser se revele; é uma construção evolutiva 

e incansável a partir do farejamento pré-

socrático, assim como fizeram Nietzsche e Heidegger; buscar as 

andanças de dionísio do oriente a Grécia, seu séquito de bacantes, 

os êxtases, a força da natureza; ter um olhar atento ao que disseram 

os filósofos-físicos que antecederam Sócrates, os inventores do 

átomo, da lógica, do ser, enfim, da filosofia; lá está a essência, o 

busílis intacto, não alienado, livre de todo encantamento que irá 

acontecer no decorrer da história; ali temos o rio de Heráclito 

impoluto, de águas límpidas que pode matar nossa sede de um 

conhecimento mais autentico, lá de certa forma ainda está travada a 

dialética, mas o combustível já está movimentando o motor da tese 

e anti tese, lá começamos o olhar MAXIKOANIANO, mas nada 

impede que estendamos nosso olfato perquiridor a Índia, a China, 

ao oriente dos mistérios que certamente forneceu  muita matéria 

para os pré-socráticos...



quinta-feira, 18 de outubro de 2012

ZINGUIST - THE BEGGAR










Porto Alegre - Zinguist , mendigo, 17:00 horas, cinquenta centavos, um litro de cachaça ingerido, sem esperança, procurando abrigo, seis graus centigrados, roupas maltrapilhas, um saco de lixo com vestimentas surradas, um par de tênis furado, dois SDR, milhões de bactérias, olhos de sangue...

Chegando no albergue municipal. Tentando uma vaga entre milhares que esperavam do lado de fora. Cabelos empastados de óleo, secretado do seu cranio azeitado, que se enroscavam na sua barba semestral-grisalha. Seu corpo exalava um odor acre. Sua senha fora sorteada, era uma vaga para cada dez. Houve um pequeno tumulto no protesto dos que foram eliminados na roda da fortuna....

Despediu-se dos dois companheiros de caminhadas - que se tornaram sua família ao longo do tempo de infortúnio compartilhado. Os S.D.R. ficaram olhando o amigo entrar pela porta. Os olhos de Z. lacrimejaram, pois não gostava de ficar longe de seu núcleo familiar. Uma toalha já desgastada o recepcionou. O banho foi frio, gélido, mas era essa a regra para a estadia no albergue. Sentou-se junto a mesa e saboreou o sopão servido quente, fumegando legumes no qual se destacava o repolho. O colchão o esperava para uma noite de sono que há muito tempo não dispunha. O cobertor aliado ao alimento fez sua endotermia subir alguns graus, proporcionando um pouco de conforto na derme, nas veias, no sangue, nas vísceras, chegando até os ossos....

A confortabilidade não durou muito tempo, sua maior glândula acusava a abstinência alcoólica. O figado protestava aquele lapso sóbrio, de beatices antietílicas. Não queria saber das normas rígidas do abrigo, leis eram para os fracos, os resignados, os medíocres - que se conformam com a volúpia freada. Era uma luta desigual, Zinguist sofria as estocadas, os jabs, a potente direita e o direto de esquerda. Sua glândula batia impiedosamente como ele fosse um sparring sem aparelhos de proteção. Z. virava-se para esquerda, para direita, suava sangue, líquido amarelo, sua saliva misturava-se a uma água ácida fazendo um fluxo na boca junto com os dentes podres. Enfim o nocaute:



-"ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ....



A noite passou. Seis horas. O bulício dos carros, dos ônibus entravam pela frágil estrutura do abrigo; o guarda municipal trinou o apito de som agudo que penetrava na alma cansada de Z. O café preto nas canecas de louças lascadas exalavam o vapor, pães dormidos estavam de prontidão ao lado. Foi tudo muito rápido, o café e o pão tiraram o fel que havia corrido no leito de sua boca durante a noite. Pegou o saco de lixo, colocou nas costas e atravessou a grande porta de ferro que o separava da liberdade. Estava muito frio, colocou a mão no saco e tirou uma boina com o rosto de Che Guevara, resto de uma utopia que alguém jogara no lixo.

Seus amigos vieram correndo, sacudindo a cauda. Novamente a família estava reunida. Z. seguiu o itinerário de rotina a procura de latas de refrigerantes e cervejas. Como um automato catava os vasilhames de alumínio e os amassava com os pés e ensacava. Os S.D.R.s farejavam migalhas, restos de comidas nos cruéis contêineres que impossibilitavam a sua retirada, porém tinham a ajuda de Z. que os abria e jogava as sobras dos moradores nos bairros nobres. A manhã de inverno e nevoa havia transcorrido. Z. contabilizou o produto de seu labor. Seus lábios escamados sorriram timidamente, mas satisfeitos, já havia o suficiente para comprar um pão e uma garrafa de cachaça.

A tarde já havia adentrado em mais um dia de niilismo. Nada podia demover as engrenagens do destino. Z. era filho de pais desconhecidos; passara a maior parte de seus trinta anos em abrigos e reformatórios de menores. Foi nestes lugares que ganhou o diploma de homem de rua, após longo anos de surras e castigos. Mais latas de alumínio, mais verbas, mais cachaça e assim terminou o dia. Bebeu demais - duas garrafas da água de consolo que o levaram para uma praça no centro da cidade. O inverno-noite veio com mais rigor que a noite passada. Z. se enrolou em plásticos e jornal, deitou sob a marquise da casa de manutenção da praça.



O HOMEM IMOLADO





Passava das vinte e três horas, quando um transeunte viu uma chama no interior da praça. Correu até o fogo. Deu um grito de horror, viu Z. ardendo em labaredas. Tentou  controlar a situação, mas já era tarde. Não teve outra escolha senão chamar a polícia. Depois de duas horas ela  chegou. O policial sacudiu a cabeça e falou para o transeunte:  

 - Só esta semana já foi o terceiro caso. Este não teve sorte. Olhe as garrafas PET perto do corpo queimado, provavelmente elas continham gasolina. 

No dia seguinte o rabecão do Instituto Medico Legal levou o corpo.
Os formulários foram atestados, as formalidades preenchidas e então o corpo foi levado para ser enterrado na vala comum do cemitério municipal.






ATESTADO DE ÓBITO





         REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

COMARCA DA CAPITAL

CARTÓRIO DE REGISTRO CIVIL

Zelite Burou Crátic
ESCRIVÃO DO REGISTRO DE PESSOAS NATURAIS


CERTIDÃO DE ÓBITO

DISTRITO CENTRAL

MUNICÍPIO E COMARCA DE PORTO ALEGRE - RS


Certifica que no Livro, 666, folhas 2012, aos vinte e dois dia do mês de outubro do ano 2012, encontra-se lavrado o assento de Zinguist Beggar, falecido em 20 de outubro do ano de 2012, do sexo masculino, de cor parda, profissão não possuía; natural do Estado do Rio Grande do Sul, cidade Porto Alegre, estado civil solteiro, pais desconhecidos, declarante a Prefeitura de Porto Alegre, atestando o óbito firmado pelo juiz Escol da Gema que deu como Causa Mortis queimaduras de terceiro grau em mais de noventa por cento do corpo. O sepultamento ocorreu 21 de outubro de 2012  no cemitério para indigentes.

OBS: O morto não deixa filhos e desconhece-se  qualquer vinculo familiar, a não ser dois S.D.R. que o acompanharam até a entrada do Cemitérios dos Indigente.

Não deixa bens a inventariar, pois tudo o que possuía era seu corpo e milhões de bactérias e vírus que conviviam harmonicamente  na sua biologia.

Extraímos a referida certidão e damos fé.

Juiz Escol da Gema


sexta-feira, 7 de setembro de 2012

GOD - TRIED. CONVICTED. GUILLOTINED.












CÁLICE CARNIL REVERBERA À LUZ DO SOL,

NO HORIZONTE NUVENS E TEMPESTADES...

CHEGOU A HORA DO JULGAMENTO DE DEUS:

ANIMAIS E HUMANOS - REGOZIJAM DIANTE O 

OPRESSOR



OCEANOS ESCUMAM FÚRIA INDOMÁVEL,

CICLONES E CICLOPES REVOLVEM SEUS CORPOS,

NUM INDÔMITO FREMIR DA NATUREZA:

ESTÁS CONDENADO ANTES DE SER JULGADO...

TREMEI TIRANO...



CORAIS DE ANJOS SÃO VARRIDOS  DOS CAMPOS ETÉREOS...

A ABOBADA AZUL FERVE SANGUÍNEA,

OGIVAS E MINARETES DESPENCAM NOS PLANOS...

CRENTES E BEATOS ARDEM INSANOS.


CRIATURAS SE LIBERTAM DA MORAL E DA CONSCIÊNCIA,

A FRUTA ESTÁ NOVAMENTE AO ALCANCE...

A SUPRESSÃO DA RELIGIÃO,

A SENDA DO ÉDEN...


ESPERMAS, FEROMÔNIOS E CÓPULAS...

VIBRAM A LIBERDADE DOS ELEMENTOS PRIMÁRIOS,

SERPENTES E HOMENS CONLUIAM SEM CULPA:

NOS TABLADOS DO PARAÍSO:




DEUS DECAPITADO





TRANSLATION:



 Flesh colored chalice reverberates in sunlight
Clouds and storms in the horizon
The trial of God is at hand
Animals and humans rejoice facing the oppressor
Oceans foam with indomitable fury
Cyclones and Cyclops twist their bodies
In an untamed trembling of nature
Thou art found guilty before thine trial
Tremble, tirant...
The choir of angels is swept from the ethereal fields
The blue vaulted ceiling boils in the color of blood
Warheads and minarets plummet onto the planes
The blessed and the believers burn in insanity
Creatures liberated from moral and consciousness
The fruit is once again within reach
Suppression of religion
The paths of Eden
Sperm, pheromones and copulation
Throb in freedom of primal elements
Serpents and men collude with no guilt
On the platforms of Heaven:
God beheaded



segunda-feira, 13 de agosto de 2012

THE END OF HUMANITY - UTOPIA 666







Luzia, reluzia, rebrilhava no horizonte uma majestosa e imponente nave metálica - ainda que poucos raios de sol conseguissem ultrapassar a espessa camada de carbono sedimentada por séculos de atividade econômica - consequência da visão de lucro acima dos valores humanos, do equilíbrio ecológico. A astronave já havia iniciado a contagem regressiva para sua última e derradeira viagem - numa tentativa de preservar a raça humana.






Distando alguns quilômetros, uma turba maltrapilha  - no mais alto grau superlativo... Homens erguendo porretes, claves e trabucos - acompanhados por mulheres com rostos vincados, urrando pelo desespero de seus filhos famélicos - carregando suas proles esfaimadas - tossindo o ar quase irrespirável - completavam a cena dantesca, apocaliptística - uma página terrificante.

                                                            



Tiros...
Zumbidos...
Pedradas e...
Sangue atingiam a couraça metálica que levaria a Elite Econômica  à preservação da humanidade no satélite da terra. A vida no planeta estava insustentável - o calor infernal consumia a biologia. A camada de carbono servia como um cobertor do juízo final à humanidade - não verdejava mais pelos planos inférteis - efeito da insensatez do consumo desenfreado - de uma química agressiva-poluente - da extensão da transgenia em todas as lavouras do planeta. 

    


Os Donos do Capital...
Os mais poderosos listados das publicações  revista Forbes - jogavam todas as suas fichas na Redoma-Darwiniana. Construída na lua - com o intuito de salvar suas peles e um minúsculo grupo de protegidos. Anos e anos os impostos foram sugados para o  Projeto Redoma-Darwiniana. Propagado pela Big Mídia Corporativa Tradicional  - como um beneficio para toda a humanidade. Afirmavam ser a esperança da preservação do Homem - mas os relatórios secretos,  herméticos-científicos apontavam para o final da vida no planeta azul, da extinção da biologia terrestre.
Nem as baratas sobreviveriam...




A horda famélica definitivamente chegara junto a nave. Os propulsores não tinham sido acionados. Uma falange subiu na torre e com um cabo de aço laçou  o diâmetro metálico do bólido:
Machadadas...
Pauladas...
Grunhidos...
Soltaram as presilhas que sustentavam a nave - o cabo foi jogado à súcia enfurecida na base de lançamento.
Foi puxado  com uma força descomunal dos farrapos enfurecidos.
Era a cartase final da população injustiçada e descartada pela elite econômica.



A nave não demorou a se  espatifar no chão de concreto -  riscos elétricos se espraiavam pelo corpo de metal. Faíscas atingiram o combustível - uma língua de fogo se projetou vertical e horizontalmente - propagando o terror em escala exponencial.
Uma explosão fenomenal e inefável dizimou o creme das elites terrestres e a malta escravizada:
Sodomorra & Gomorra. Não sobrando supérstite para olhar atrás.
Aniquilação humana...


                                                                                

REDOMA-DARWINIANA


Lincados na tela que transmitia a cena  de calamidade e a extinção - a fisionomia dos cientistas e toda a população lunar - já transportada para a colonia  - foi de desesperança, de augúrios terrificantes. Os vídeos ficaram cinzas - não havia mais transmissão do holocausto global. Neste momento, os sacerdotes-cientistas trajando capas prateadas com rostos assépticos e sem expressão - convocaram os habitantes da Redoma-Darwiniana para comunicar:
- que diante os acontecimentos não havia mais motivos para viverem.




No templo principal da colonia - filas enormes esperavam os sacerdotes com suas bandejas platinadas - carregadas de capsulas de cianureto. O som de Bach completava  a cena. Os  Sacrificadores-Cientistas - começaram a colocar as pilulas na boca dos habitantes, como na eucaristia e a hóstia. Por fim - colocaram em seus próprios lábios:
A humanidade se extinguiu...
Não haveria mais tempo-espaço...
Não haveria mais metafísica...
Não haveria mais teologia...
Não haveria mais ciência...
Não haveria mais filosofia... 
Não haveria mais antropomorfismo...
Havia chegado o fim da história...






RECICLAR ESPINOSIANO


As leis da natureza em conluio com a matéria primordial - com o bóson de higgs - com as quatro forças do universo - com a matéria e a energia  escura - projetavam, ao acaso - uma nova existência em alguma paragem distante - anos-luz de onde havia terminado o reinado do homem - porém sem a racionalidade - pois a experiência não havia sido satisfatória...




                                                                         



segunda-feira, 4 de junho de 2012

BONNIE AND CLYDE - THE TRUE AMERICAN FREEDOM




Nos meados do século vinte, pelas artérias de piche da America do Norte, a verdadeira liberdade se manifestava nas entranhas sombrias  dos rincões ou na exposição moderna do arranha-céu das cidades eletrificadas. Os cidadãos na sua confortabilidade ignoravam ou torciam o nariz arrebitado, protestante, puritano e branco para Bonnie & Clyde. Os libertários na mais pura concepção do ideal.

A audácia  de liberdade, a coragem de enfrentar o estado, os conservadores, os fundamentalistas religiosos, o governo e as instituições financeiras; com uma mistura de livre iniciativa e contestação ao sistema moedor de carne humana, colocaram em xeque o mega sistema opressor; Bonnie & Clyde se uniram para desafiar um país que começava a ficar preso a regras burocráticas e a um esquema que iniciava  cortar as asas da águia que voa acima dos planos mediocres do conforto e acomodação burgues, que mergulha livre e soberana em direção à batalha pela existência sem concessões as castas feudais e aristocráticas do velho mundo europeu;


Não era mais tempo de desbravar a America, voar rumo aos desafios de outrora e sim usufruir a riqueza acumulada, viver no conforto mesquinho da classe media e hibernar como um urso que acumulou gorduras, que abdicou da caça para ficar confortavelmente numa toca a espera de um clima menos desafiador;

Bonnie & Clide, o destemido casal, cuspiu balas com metralhadoras, acordando o animal que hibernava na tranquilidade de sua caverna; o matracar das armas de fogo causava ojeriza aos protegidos pelo estado e pelo sistema financeiro, talvez os libertários representem os movimentos atuais contra a exploração, a alienação e as falcatruas que os grandes conglomerados transnacionais executam contra a população que vê seus impostos serem devorados pela fraude econômica-financeira;


Colocaram em risco o ícone do capitalismo - os bancos; Bonnie & Clyde distribuíam a riqueza acumulada baseada na exploração do sangue indígena, do sangue negro, dos imigrantes; usaram as mesmas ferramentas que a sociedade americana idolatra, mas que foi congelada nas geleiras de todos os sistemas burocráticos;

Livre-iniciativa, ousadia, rebeldia e coragem, eis o que o casal libertário articulava para obter uma liberdade que justificasse a existência, mesmo sabendo do risco iminente de perda da vida;
os símbolos da grande nação apropriadora estavam ameaçados no seu amago, na sua potente maquina de expropriar almas, de alienar consciências; mas as forças retrogradas não podiam mais adiar a eliminação da ameaça, pois sabiam  que seus antepassados usaram as mesmas ferramentas para desbravarem  e erguer a grande nação do norte;


Os crânios conservadores e fundamentalistas do capitalismo estavam perturbados; urgia imobilizar um grande aparato para deletar Bonnie & Clyde, pois eles evocavam  os primevos homens do oeste com seu impeto de inovação, de aceitar desafios, de se rebelar contra o estado de coisas de uma sociedade que começava a envelhecer como na velha e esclerosada Europa; o exemplo de achar soluções não convencionais para passar obstáculos, eis o perigo que não poderia contaminar a grande classe media adormecida no seu razoável conforto;

Sempre a história é contada pelos vencedores, com mais enfase quando se elimina os adversários; mas essa epopeia inefável iria sobreviver, não pelos escaninhos da história formal, mas sim pela teia popular que ainda conserva a admiração em homens que tentam se desacorrentar das galés que escravizam a existência autêntica; que gosta do espirito audaz, da alma que desbrava e revoluciona, que emerge do sangue polimerado do povo americano; e basta uma nota, uma palavra, uma situação que desperte a ousadia adormecida trancafiada pelo sistema burocrático-financeiro para que  tudo possa ressurgir com todo seu vigor como o movimento OCCUPY de todas as matizes...


O homem tem prazo de validade, tudo é efêmero no universo...  Era apenas mais um dia sem sentido nos fétidos pântanos da America convencional, quando o creme retrógrado da sociedade conspira com o aparelho conservador do estado não se ouve o canto dos pássaros, somente o chocalhar do guizo da serpente viscosa e peçonhenta;



Nas veias da America libertária voavam as águias na sua liberdade incondicional - Bonnie & Clyde - foram crivados de balas numa emboscada digna de terroristas, neste momento a liberdade deu um adeus ao grande irmão do norte, não restava mais esperança - os búfalos foram dizimados, os índios exterminados, os negros aprisionados em fazendas de algodão, em leis discriminatórias; não se tinha mais a liberdade de andar sem documentos costa a costa, sem apólice de seguro, sem passaporte, sem marketing, sem cartão de crédito - o sonho americano se reduziu a papeis-prisões, a grades de procedimentos convencionais e burocráticos que emperra  o espirito empreendedor...

O PAÍS DAS TORTAS DE MAÇÃ NÃO TOLERARIA MAIS A VERDADEIRA LIBERDADE...



 

domingo, 11 de março de 2012

A FRANÇA NÃO É UM PAÍS
SÉRIO

(INVERTENDO DE GAULLE)




Para comprovar o título, em tela, detalharei por itens a matéria, no entanto o estilo informal, quase lógico, deverá prevalecer; também introduzirei um sonho quase real no qual mantive um dialogo com Charles De Gaulle; o velho general:

I) DOS INTELECTUAIS:

 1) Os maiores intelectuais franceses não são franceses ou furtaram as ideias de pensadores de outras nações, ou ainda, nasceram na terra gálica, mas exerceram sua intelectualidade em outro país:


a) Claude Lévis-Strauss - o maior antropólogo do solo normando, construtor do estruturalismo era belga.

b) Albert Camus - um dos grandes escritores franceses existencialistas era argelino;

c) Jean-Jaques Rousseau - filósofo, escritor, um dos pilares intelectuais da revolução francesa, um dos fundadores da esquerda: soberania do povo, vontade geral - nasceu em Genebra;

d) René Descartes - o mais ilustre metafísico, filósofo, matemático; apesar de nascer na terrinha de asterix, sua obra principal foi gerada num quarto com calefação fora da frança; para elaborar todos os seus escritos teve que perambular pela alemanha, holanda, bélgica; morrendo longe de casa nas mãos da rainha estóica Cristina da Suécia;

e) Os existencialistas capitaneados por Jean-Paul Sartre foram até a Alemanha surrupiar Edmund Hurssel e principalmente Martin  Heidegger;

f) Louis Althusser - filósofo e ideólogo marxista que resgatou o sentido econômico-social, original de Marx, espanando o sentido metafísico e psicológico que os gauleses queriam dar, não poderia ser de origem francesa, era argelino;

g) Os novos filósofos como Bernard-Henri Lévy, que era argelino; também  Alain Geismar e correlatos oriundos de maio-68, conseguiram a proeza de se movimentar da extrema esquerda ao conservadorismo-liberal, foram atraídos como mariposas para a luz da sociedade espetáculo, midiática, para a boa vida dos capitalistas e suas benesses; aderiram ao maniqueísmo do bem e do mal, também pudera, estavam domiciliados na pátria da metafísica, da inviabilidade prática das ideias; dizem, que se ouvia nas ruas de paris: - "Estes novo filósofos dão náuseas, a frança perdeu sua alma, sua ocupação é ganhar dinheiro";


h) Beny Levi um dos mais radicais do movimento de maio-68, maoista, usando o pseudônimo de Pierre-victor, judeu de origem egípcia, aproximou-se de Sartre, cego e doente, para dar sustentabilidade ao seu cambio ideológico - Mao substituído por moisés; o existencialista ateu, Sartre, que tentou dar uma versão humanista para o marxismo é cooptado para o talmudismo; não podemos esquecer que Pierre-Victor era intermediário do grupo Baader-Mainhof, grupo de extrema esquerda de luta armada; vejam o que permite a terra do galo, trocar Marx pela bíblia;


II) DA POLÍTICA

Os dois principais movimentos políticos-ideológicos-comportamentais normandos - só aconteceram pela interferência direta dos estrangeiros:

1) A revolução francesa se realizou devido ao exemplo americano: - a guerra da independência, sua constituição democrática, seu ideal de liberdade expresso na carta magna; apesar da ideia de república, democracia, separação dos poderes, uma sociedade sem privilégios mais justa - fervilhar nas cabeças metafisicas francesas, contestadoras, antes da independência norte-americana -  faltou-lhes o essencial: - passar da potência para o ato;





2) Maio de 1968 - o movimento político-estudantil-esquerdista-comportamental mais importante do século vinte, que iria influenciar como um tsunami a cultura ocidental, era liderado por um alemão, Dany Conh-Bendit; porém o mais incrível era o que aconteceu alguns alguns anos após, ou seja, a movimentação de maio-68 esquerdista radical e seus corolários maoista - causa do povo, movimentos sindicais, estudantes radicais - iriam desembocar  nos novos filósofos, um movimento burguês-liberal que negou todas as reivindicações de outrora; aliás nem nisto foram originais ou lideres, mais uma vez copiaram a matriz da prática-econômica americana e seu personagem principal: O Yuppie;











A CATARSE DE:  DE GAULLE

(UM SONHO)


Um fato-sonho incrível aconteceu; o general De Gaulle como um fenômeno inexplicável, como uma holografia do velho se impôs diante de mim; a seguir, vou narrar o acontecimento singular: 





Estavamos numa avenida poluida de porto alegre, sentados junto a um banco para traseuntes, De Gaulle principiou  o dialogo abaixo, no qual desabafa com o estado de coisas em frança e simpaticamente pede desculpas aos brasileiros, invertendo a sua famosa frase "o brasil não é um país serio" para "a frança não é um país serio", segue a tradução:


- Meu caro brésilien;

- Sou todo ouvidos, meu velho general;

-Lutei, relutei, mas não pude mais contestar os fatos, vejamos, a gália hodierna é governada por um pigmeu magiar, um hussardo casado com uma cantora italiana; está certo, já tivemos Napoleão Bonaparte, um anao de origem italiana conduzindo um dos principais processos políticos em frança; também tivemos Mazarino primeiro-ministro, cardeal, diplomata hábil e mestre do rei-sol, igualmen te um italiano; porém uma primeira-dama italiana corneando  o presidente francês de origem húngara, sendo manchete dos tabloides sensacionalistas ingleses, dos insulares de cabeça de batata; desculpe a expressão - YA BEAUCOUP DE MERDE;

-Por favor general, sinta-se a vontade;

-Meu caro brésilien, está certo já tivemos um Pétain, temos os Le Pen, mas pelos menos são franceses da gema; porém, hoje, a ironia da história nos brinda com este pigmeu hussardo com suas leis anti-imigrantes e como não bastasse, em vez de manter a tradição de considerar como inimigos os tedescos, os insulares cabeças de batata; não, escolheu os muçulmanos;

- Meu velho general, que um lencinho para as lágrimas?

-Não é necessário meu caro brésilien, foi só uma particula em suspensão que aderiu ao meu olho;

-Continua minha atenção,  general;

- Veja, meu caro brésilien, o ministro da educação do corno hussardo, tem como principal meta a proibição do uso da burka, uma série de medidas contra a cultura mulçumana; mas nao podemos nos decepcionar, pois o mesmo é oriundo dos novos filosofos;

- Tem certeza meu general que não quer um lencinho?

- Vou aceitar, meu caro brésilein, este cisco é persistente, insiste em fazer meus olhos derramarem líquidos de defesa;

- Continue, general;




- Que saudades quando os burgueses direitistas mandavam prender Sartre e eu respondia: "Voltaire não se pode prender"; tempos difíceis, mas não vou mais te incomodar com minhas lamurias, vou voltar para a minha lápide e genefluxar virado em direção do Brasil e mandarei, para me redimir e expiar, gravar  em meu epitafio a frase que dá o titulo do livro do austriaco-judeu, Stefan Zweig, que viveu em seu país, em letras garrafais: BRASIL,  PAÍS DO FUTURO...