quarta-feira, 22 de outubro de 2014

As Máquinas Capitalistas, Deus Mercado, Senhor Deus dos desgraçados...



As Máquinas Capitalistas, 

Deus Mercado,

Senhor Deus dos Desgraçados






As máquinas capitalistas começaram a girar as engrenagens no leste do planeta. Amanheceu. Os terríveis tubos ejectam carbono e dióxido de enxofre  - ad infinitum. Homens autômatos, tontos como baratas borrifadas de inseticida, são fantoches do manipulador deus mercado. Drágeas, comprimidos, cápsulas de todas as matizes e todas funções são engolidas com líquidos edulcorados, corantificados, quimificados - sugados de latas de cores flamejantes. O sistema humano precisa girar, o movimento do planeta não é suficiente. Os rios secam nas planícies e os mares ganham volume pelo degelo. O paraíso se tornou inferno. As manchetes das corporações midiáticas sorriem com tanta  desgraça. Sangue, poluição, devastação, secas, mortes & dor são necessários para a alienação. Antibióticos, corticoides e feiticeiros diplomados e outras artificialidades da ciência não conseguem vencer a magia primária. Que sina, o antes símio, agora, homos sapiens, foi obrigado pelo destino percorrer.  Manipulado pelas quatros forças do universo, o bípede inventa teorias para justificar o mito do livre-arbítrio e assim justificar o sangue derramado para defender seus títulos de propriedade.  Um vazio para o universo, uma inflação de ego para a humanidade. A única maneira de lidar  com o homem, com justeza, é com cinismo acído, ou melhor, o cinismo do cinismo: - A zombaria...



Em cada homem a religião ocidental colocou uma cruz, em cada comportamento animal-humano a ciência inventa uma psicologia, a cada dúvida a vanguarda cientifica coloca o infinito. Como é terrível ver os homens no fundo do abismo de suas engenharias politicas-sociais-econômicas. Ver a babel codificada dando esperança que o pré-determinado possa ser transformado. Os sistemas tendem para a autodestruição, a humanidade é um sistema, um jogo de dados do que chamamos universo. O acaso pré-determinado é a causa que atormenta o sonho de liberdade, mas os grilhões são perpétuos na finidade humana. 



Como é atual Castro Alves, mas estendido a todos os homens: 







Senhor Deus dos desgraçados



Dizei-me vós

Senhor Deus


Se é loucura, se é verdade tanto horror...











segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Garota de Long Beach







Garota de Long Beach










Garota de Long Beach...

Sunrise... Sunrise... Sunrise...

Caminhar... Caminhar... Caminhar...



Caminhar nos Desvios de Los Angeles

Com feições orientais na aurora dourada da califórnia;

Descansar nas areias de long beach

Com vomitos de Cerveza del Pacifico...




Estranhos, navios, paraísos, alcool, magia...

Tudo é possível no perpétuo sol de Long Beach...

Garota...

Andar... Andar... Andar...

Nas longas areias brilhantes da ensolarada califórnia...




A eternidade solar nos pertence ...

No amanhecer de Longe Beach...

Você é uma garota maluca de um sonho dentro de outro

Ao infinito...





domingo, 19 de outubro de 2014

A Partícula do Inferno ou o Vazio das Palavras


A Partícula do Inferno
ou 
 Vazio das Palavras



Existem corpos que são ungidos pela assepsia moral e higiênica. Os pés são límpidos, lavados pelas mãos purificadoras de um santo cristo. Em outros, o corpo apodrece, as drogas e o álcool corrompem as entranhas, os pés caminham sem destino na loucura - Que transborda. Nada acalma minha verborreia. Nem a abstinência, nem o excesso. As palavras são jogadas sem destino, sem etimologia, em busca de uma veneta que possa purificar o destino pré-determinado da humanidade e sua sina de espinhos religiosos, científicos ou de sua própria natureza, ou seja, existência, dor & morte... O sangue, simbolo da vida, da extinção, da teologia, transporta em minhas artérias e veias a peçonha que alimenta meu inferno particular. As falanges aos poucos perdem as batalhas entre o tato e as teclas. O vinho doce e vagabundo escorrega pela garganta do soldado raso, que age como general. O meu exercito bate em retirada, mas o figado resiste bravamente a todas toxinas e demônios que o capitalismo e o deus mercado possam inventar com sua livre concorrência... Rimbaud se calou depois que percebeu que as palavras que movem o mundo não são as que preenchem os papeis, mas sim as  dos aventureiros que amputam uma perna em busca da ação - Em que os verbos edulcorados são inúteis. O verdadeiro logo está em cada pétala, em cada semente, em cada cadáver em putrefação, em cada vírus e bactérias que devoram as moléculas humanas. Poetas, escritores do nada, convido a impregnarem nos seus corpos  álcool, drogas e toda escatologia inefável do léxico do Hades. Provem os miolos de lúcifer, crucifixem sua própria mãe, cure suas feridas com a língua de mamífero. Lamba a morte  do seu pai, causado pelo revolver do amante de sua progenitora. Semeie seu jardim com as flores do mal de Baudelaire, beije as pútridas sepulturas dos poetas malditos, se torne um faquir e deite numa cama acúlea. Descubra o sentido da vida enterrando seu corpo vivo no pântano mais tenebroso do pior pesadelo. Descubra que a racionalidade é um fantoche do irracional e a loucura é a única liberdade permitida ao bípede implume. Prove os vermes que os urubus recusam. Saboreie as carcaças que as hienas rejeitaram. Seja você mesmo, ou melhor, não seja nada, apenas o vazio das palavras dos filósofos ou a fraude teórica que habita o córtex dos cientistas. Quiçá, você consiga chegar a coisa-em-si, que Kant recusou, quem sabe ache o ser, o substrato, a partícula das partículas, materialize o bóson de higgs. Viaje pelos tubos da teoria das cordas, sentado num fóton... Quanto a mim vou ficar sentado enfrentando as bebedeiras, as toxicidades plásticas, os vômitos do consumo, a náusea do existencialismo de Sartre...