quarta-feira, 29 de julho de 2015

Vincent Van Gogh - O Tímpano da Loucura | Ácido Acetissilico e Penicilina para Van Gogh



O Tímpano da Loucura



Uma Aspirina Para Van Gogh...

Os Girassóis e a Tela em Óleo...

Os Pixels nas Telas Digitais-Planas...

As Brasas Vermelhas do Fogo...

Verdes Pasteis & Árvores Gálicas...

O Vinho Carnil na Mesa Rústica:

A Natureza Morta

A Revolta Viva

A Orelha decepada





A Natureza Selvagem...

O Absinto e a Távola...

Moinhos & Tamancos...

O Mergulho na profundidade da Alma Perdida...

Sua Casa É o Louvre,

Como o Ouvires Prefere o Amarelo:

Solidão & Depressão...

Vertigens & Prostitutas...

Convivem com Belos Trigais.




Lá Vão Eles Abraçados e Grogues:

Gauguin e Van Gogh...

O Lume das Estrelas...

Aves Negras & Insanas Povoam o Cérebro...

A Força da Natureza...

O Instinto do Lobo Selvagem...



VINCENT VAN GOGH

Se Tua Dor Encefálica Ainda Não Passou:

Ácido Acetissilico e Penicilina...  

Uma Prótese Psicológica... 

Uma Orelha de Silicone...  

Uma Prostituta Profissional ... 

Em Último Caso...

Uma Arma Quente...

terça-feira, 21 de julho de 2015

A arte pela estética ou o corpo sacrificado em nome da arte.





A arte pela estética ou o corpo sacrificado em nome da arte.



Bilhões de células por dias se desmancham em busca da sublimação. O corpo só tem função quando é sacrificado em nome de alguma faculdade intelectual. A poesia sem a desmantelação da composição humana não tem profundidade, não revela o essencial do ser. Heidegger, com todos seus erros, acreditava que o ser autentico estava vinculado a terra, aos filósofos-materialistas - os pré-socráticos. O ser caminha para a morte. A arte caminha para a eternidade. A eternidade é o resultado do intelecto obtido pelo caminho finito entre a alvorada da existência e o crepúsculo das vivências, mas um tao em que a terra decompõe a organicidade que gera o fenômeno do fenômeno. Os italianos vivem a ilusão da estética sem sujar as mãos. Os alemães sujam o corpo para produzirem um idealismo de opressão. Os franceses perfumam o ser e geram uma metafísica nervosa e contraditória. É preciso ser sujo, embriagado, enlamado nos escaninhos da existência para fabricar a arte, a poesia, a literatura e outras mercadorias geradas no córtex. A configuração da estética é a superfície, a rima. A essência é o que está por baixo do tapete. A putrefação da existência é o estrume onde os vermes se movimentam, se alimentam, mas também o substrato para as mais belas rosas, o ritmo primitivo de Dionísio. Os espinhos estão nas coroas que rasgam a carne do ungido, esperando a outra face para impor cicatrizes e ferimentos. As lâminas das adagas assassinas impressionam a memória humana, escrevem na imortalidade dos papiros etéreos. A arte está distante das regras, da razão. A irracionalidade de uma libação infinita é porta da morada poética. A tragedia sustentou a arte grega. A maiêutica socrática degenerou o teatro, a poesia e a filosofia. A razão e a lógica destruíram o panorama poético na idade média e moderna. O renascimento foi barrado por Lutero, Descartes e outros ascéticos-moralistas. Restou a arte pela arte que levou Giordano Bruno a fogueira, Galileu a prisão e a censura. Nietzsche martelou o racionalismo de Hegel, dando poder aos simulacros acorrentados por Platão. A arte essencial é impudica, está longe das técnicas pré-concebidas. A arte respira nas sarjetas sujas e gordurosas, nos licorosos vinhos ordinários da América. A arte pela arte esconde a realidade, maquila o ser autentico, aliena o bípede implume...




quarta-feira, 15 de julho de 2015

Maxikoan - "I have nothing to offer anyone except my own confusion" - Kerouac





De Hormônios, Succubus & Nirvana




A sólida água turquesa deslizava na solidão dos pensamentos absortos no que chamamos simplesmente vida... O álcool, eterno companheiro de viagens diversas, ajudava a levar o corpo incorpóreo aos mares de calmarias e tempestades do índico milenar e sagrado. A morte vagava ao redor como um elasmobrânquio na sua inocência cruel. A esperança consome o tempo útil de absorção na mais terrível hermitage erguida, que contamina a eletricidade que rasga o córtex. O Universo  agora dialoga com a tabela periódica do corpo sacro, da ciência, das células que dão vida, consomem e deletam, mas sem tirar ou acrescentar nada ao universo, apesar do movimento visceral.  Os temporais severos deslocam o devaneio que singra por oceanos de ilusão no pensamento selvagem, que afasta as relações humanas. Sinto a tenebrosa rejeição humana fundamentada em seus deuses de moedas.  O ser humano, uma invenção metafísica preenchida pelo consumo da alienação, presumido na vontade concreta dos objetos, projeta o inexistente deus como o fiador de suas propriedades, de seu ódio ao semelhante e ao planeta e para sua sociedade de classes e escravismo. O ramerrão segue nas artérias imponentes e burguesas. O sangue espalhado pelo aço e concreto se espraia  nos miasmas modernos das ovelhas humildes e submissas. O manto maldito cobrindo o corpo solitário, manchado com o pseudo vinho tokay/tupiniquim, vela as estratégias de um plano irracional de destruição.  A atmosfera soturna estimula os hormônios-succubus, levando ao esgotamento das energias que brotam nas vivencias prazerosas. O pesadelo se insinua eterno no fugaz pulsar dos sólidos que se desmancham no ar.  Os poros expelem fluidos tóxicos proibidos pelas falsas leis humanas. A desesperança é a base para resistir as investidas da massiva impregnação dos objetos da aldeia global policial. O nada comporta e acalma todas as incertezas que infestam a realidade-ilusão do formigueiro humano. O nada do fluido azulado em que destroços oportunizam uma equidistância do nirvana, da índia mistica com todas as contradições, onde o que parece ser nem sempre é....




quinta-feira, 2 de julho de 2015

Teoria, Ménage à Trois, Evolução, Sex Pistols, Je T'Aime & God Save The Queen...


Teoria, Ménage à Trois & Evolução...


Quando ouvi a palavra diletantismo pela primeira vez, estava explanando sobre o início do universo - O Big-Bang. O ambiente era um bar na parte central da cidade. A palavra me incomodou. Antoine um professor francês da universidade estatal - estava extremamente bêbado. Pronunciou a palavra para me incomodar:

- Não entendo nada do que você fala, mas o ouço por diletantismo. 

Não esperei sua expectativa. Ao me ver perturbado e interferir na exposição sobre o Big-Bang. Passei o braço por cima da mesa como um rodo num chão lambuzado. Garrafas de cervejas, copos de whisky, acepipes e celulares voaram para as lajotas pretas. Os outros que ocupavam a mesa assustados, levantaram e se afastaram. A minha irracionalidade extrema conflitava com a exposição lógica-matemática. Consegui deter minha noite de fúria com alguns goles extremos de cerveja. Os ouvintes, apesar do controle, foram se despedindo, deixando-me solitário na mesa reabastecida. Era um exercito de bebidas alcoólicas que tinha que bater.



Os funcionários do estabelecimento começaram o movimento que antecede o fechar das portas. O gerente dirigia um olhar de estamos fechando. Tomei duas doses de whisky e joguei meu cartão de crédito em direção do caixa. A funcionária abaixou-se para pegá-lo. Debitou o valor do consumo e devolveu o quadradinho plástico num porta-documentos de prata. Antes de sair pedi que colocassem umas cinco doses de Grant's em um copo de plástico. Os pés começaram a vencer o passeio na noite citadina. Uma parede roxa com letreiros vermelhos e um amontoado de pessoas na frente exerceram um poder de gravidade. Era um imã puxando uma agulha. No pensar alcoólico-racional vieram muitas justificações para continuar a noite. O PUB temático fazia uma homenagem ao filme Laranja Mecânica. Dentro do estabelecimento uma jibóia enrolada no pescoço de uma mulher ébano. O garção atendeu minha disposição alcoólica tantálica, da vontade do eterno retorno etílico. Entre goles de tequila e copos de absinto fiquei encantado pela morena e sua boa constrictor.



Logo, me senti enturmado no ambiente. Um "inferno" e todas as suas benesses. A garota da jiboia possuía uma cintura esplêndida que me cativou. Sua cintura equivaleria ao nariz de Cleópatra - Um fetiche. Entre doses e olhares fiquei obcecado. O olhar foi interrompido quando um habitue do bar me abordou. Na realidade, queria vender algum tipo de droga. Comprei algumas doses, fui ao banheiro sujo que misturava cheiro de naftalina com urina. Coloquei algumas carreiras encima da tampa da privada e inspirei o pó andino. Retornei ao centro dos acontecimentos no PUB. Ouvia-se os grunhidos de Johnny Rotten e uivos desafinados dos seus comparsas. Sentei junto a mesa e logo consegui avistar novamente a garota da cintura esplêndida. O vapozeiro sentou do meu lado e perguntou o que eu tinha achado do seu produto:

- Nice... Ótimo...

Ele notou meu interesse pela garota, pois olhar era fixo em direção a ela:

- Não me leve mau, mas se você quiser posso chamar a garota para vir sentar aqui.

Comecei um dialogo etílico-tóxico com Myrna. Era assim que a cinturinha esplêndida se chamava. Começamos a virar copos. Seu olhar indicava carta branca para avançarmos de fase, mas antes de sair do PUB, tive que comprar mais neve do vapozeiro.



Caminhávamos pela longa avenida central alternando doses de whiskys e inspirações de flocos de neve e com a jibóia enrolada no dorso de Myrna. Chegamos a uma escadaria paralela a um antigo viaduto decadente. Já passava da 1:00 hora da madruga. Myrna queria fazer sexo na parte mais alta da escadaria. Queria fazer sexo com a boa constrictor. A condição etílica-toxicológica da minha mente não colocou empecilhos. Chegamos ao ápice da escadaria. Começamos o ménage à trois. Nus a uma temperatura de 6º C na solitária madrugada ventosa. Preenchemos o vazio da cidade com nossos corpos sem controle, com nossos pensamentos e desejos libidinosos. Era essa nossa contribuição para a evolução da humanidade, do planeta sustentável, para a integração do homem e o animal. Depois de 13 bilhões de anos, desde o Big-Bang, era essa minha contribuição. As teorias, os cálculos e milhares de horas e leituras me pareciam insignificantes diante a experiência inusitada. Pensei seriamente em jogar o corpo no vão de 30 metros de altura, mas a língua morna e rosada de Myrna e seu sexy-appeal salvaram a mediocridade de minha vida de cientista, de teórico; sob o auge de um entusiasmo dionísico, prometi para M. e sua jibóia que constituiríamos uma família inexpugnável...