quinta-feira, 14 de dezembro de 2017





Deep Red mascava folhas de coca. Seu aparelho auditivo sofria intensas ondas sonoras advindas de The Mamas & The Papas & Nathalie Cardone. As flautas mágicas o levavam a  Machu Picchu. Flores, arroz integral e chá bansha.  O álcool ia consumindo sua existência. Deep Red não evocaria mais as armas de antanhos para construir a revolução. Depois de décadas, D.R. concluiu que  a ignorância é a matéria-prima para que o status quo se mantenha na direção dos fatos. Não podemos aviar nenhuma fórmula. Seguimos o destino do que não conhecemos... D.R. escreveu uma frase, verso, dependendo do olhar do observador: "Pétalas ensolaradas brotam da minha profunda solidão"...


Os dias se sucediam. Nada de novo no front. O caminhar ao abismo seguia a passos largos. Na boca o amargor existencial da filosofia existencialista de Jean-Paul Sartre & suas mescalinas. A mente digitalizada perdeu o sentido da vida, não procurava mais ilusões,  como por exemplo, o Cálice do Santo Graal. O mundo cyber virou a coisa-em-si. O corpo era um mix de álcool, bactérias transcendentais, vírus inescrupulosos, química e física. Perdi tudo, mas ganharei a paz eterna de Kant. Os túmulos que o digam. Deep Red sabia de todas estas consequências que o esperavam no futuro... Sua mantra era: " Que a morte venha sem dor". Os deuses das invenções humanas, que esperem a configuração atômica decair ao nível de sem consciência, ou melhor, uma boa morte,  Eutanásia...




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