MÉ ON ~~~~~~~~~~~~ ONTOS ON
Passou pelo epifenômeno, ou seja, pela rede neuronial que suporta o que chamamos de pensamento. Foi como alguém batesse na porta e ao atender, ao abrir nos deparássemos com o nada ou com fragmentos de realidade - que teríamos que montar de acordo com nosso corpo biológico, junto a eletricidade e a química que o habitam. Sendo mais preciso, as ciências e as filosofias (no plural para justificar o título) buscam a unidade, como o cavalo tenta alcançar a cenoura pendurada a sua frente, num haste amarrada ao seu corpo. Well, o Positivismo de Comte se gabava de ter chegado ao ápice do desenvolvimento do homem, a Sociologia seria a Unidade de todas as ciências, depois de uma demorada evolução do Mito à Religião, da Religião à Metafísica, da Metafísica à Ciência e finalmente o Positivismo.
Hodiernamente - Ciência tenta unificar a Teoria da Relatividade de Einstein com a Teoria Quântica para Termos a compreensão total do universo (Teoria das Cordas). Einstein não admitia um mundo diversificado, relativizado perante a compreensão do universo, não aceitava que Deus se divertisse em Las Vegas: - "Deus Não Joga Dados" - disse certa vez. Era o Inimigo nº 1 da Física Quântica e tentava derrubar a Teoria da Incerteza de Heisenberg - com cálculos, que cada vez mais ratificavam a mesma - Sua abordagem sobre o Efeito Fotoelétrico é um exemplo. Einstein não era um cientista convencional, suas equações nasceram de sua imaginação. Num ato virtual viajava a velocidade da luz - paralelamente e em movimento contrário a uma descarga elétrica, sua mente fértil, o sonho em vigia foi a base da Teoria da Relatividade na qual tentava provar um mundo estático.
Tentando pegar o fio de Ariadne para escapar do labirinto, o homem paga até hoje a estrutura do seu primeiro pensamento organizado. O Mito foi o fundamento, a configuração que se estabeleceu nos neurônios para escapar das incertezas que a natureza (inclusive o Homem) - Através dos fenômenos impingia ao bípede implume. A Morte do Minotauro não iria reparar as injustiças que derivam das artificiais escalas de valores construídas sob o medo do desconhecido. O Bem e o Mal só existem na axiológia, na moral e na ética, que foram fabricadas com o intuito de num primeiro momento dar conforto ao ser que começava a repetir os movimentos da natureza - e, num segundo momento, por uma escol, para dar suporte a uma estrategia de dominação do homem pelo homem.
A natureza humana tem verdadeira ojeriza por fragmentação, apesar de sua individualidade ser uma organização fragmentaria que tende para o espalhamento. A consciência é um quebra-cabeça montado pelas vivências prestes a ser implodidas e inseridas no jogo irracional da natureza, que desconhece a pretensão unificadora humana. Não temos nada - nenhuma pista, vestígio de deus, de racionalidade na natureza, senão na virtualidade inconcreta da rede neuronial, que dá suporte a metafísica. A Unificação em qualquer forma como no holismo, em deus e no ser especial homem não encontram eco no fluxo no universo concreto - que nos é apresentando nas nossas vivência acumuladas na consciência ou na inconsciência.
CARPE DIEM
Pegando o título do Poema de Horácio convoco a todos que aproveitem o dia, não percam tempo em contrariar a natureza, apenas sigam seu fluxo, naveguem no rio de Heráclito. Deixem as uvas amadurecerem, aproveitem o açúcar natural ao sol ou as macerem, as deixem fermentar e virar líquido nobre. Saboreiem o vinho numa noite em que o céu límpido mostre todo o esplendor em algum lugar inexplorado. Convoquem para uma unificação provisória as percepções, os sentidos, deixem a embriagues de Dionísio tomar conta do seu ser, pois está é única forma de anular o sofrimento, a passividade diante a máquina sociológica, econômica que não cansa de moer carne humana...
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