quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Diálogos de Pratão: O Mendigo Filosofo



O Mendigo Filosofo











Um mendigo filosofo - apelidado de Pratão -  caminhava pelas ruas úmidas de nevoa permanente e invernal.  Como sempre os pensamentos procuravam justificativas para os problemas humanos. Enquanto dobrava a esquina se deparou com outro homeless conhecido pelas bebedeiras e destilações de irônicas - chamado Zombeta.  Z. não perdeu tempo ao ver o P. e logo emitiu um assovio para deter a atenção de P.  O Homeless Z. já tinha digerido alguns copos de cachaça. Convidou P.  para um jogo filosófico:


Z: - Vou dizer algumas palavras, algumas frases e você com sua sabedoria irá rebater, contrapor ou simplesmente calar-se.


P: - Tudo bem. Vou entrar no seu jogo irônico...


Z: - Começando... Uma mão segurando um pênis  e em cado dedo uma camisinha presa por anéis de brilhantes.



P: - Nada que é humano me é estranho.



Z: - Um monte de fezes em cima da mesa de refeição e pessoas saboreando como se fosse algum acepipe sublime.



P: - Nada que é humano me é estranho.



Z: - Um homem assassina varias pessoas e usa os corpos para elaborar pratos com ervas finas. Ele  diz que é um cozinheiro de vanguarda, nouvelle cuisine, ou seja,  Canibalismo Refinado.



P: - Nada que é humano me é estranho.



Z: - Políticos roubaram dinheiro da saúde e da merenda escolar.



P: - Nada que é humano me é estranho.



Z: - Crianças são vendidas como mercadoria.



P: - Nada que é humano me é estranho.



Z: - Idosos são jogados em depósitos de gente, chamados asilos,  para não incomodarem os familiares.



P: - Nada que é humano me é estranho.



Z: - Adolescentes e crianças se drogam e se prostituem em frente a instituições governamentais.



P: - Nada que é humano me é estranho.



Z: - A Fraternidade, a Igualdade e a Justiça estão presentes no mundo.



P: - Isto não é Humano, portanto me é estranho...



Zombeta vendo que não conseguia seu intento, ou seja,  ironizar Pratão, fez um novo convite:



Z: - Quem sabe juntamos nossas moedas e vamos tomar um porre homérico, juro que fico de boca fechada, apenas vamos beber e ficar no solipsismo...



P: - Isto me parece humano, portanto vamos beber em nome do silêncio....








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