O Mendigo Filosofo
Um mendigo filosofo - apelidado de Pratão - caminhava pelas ruas úmidas de nevoa permanente e invernal. Como sempre os pensamentos procuravam justificativas para os problemas humanos. Enquanto dobrava a esquina se deparou com outro homeless conhecido pelas bebedeiras e destilações de irônicas - chamado Zombeta. Z. não perdeu tempo ao ver o P. e logo emitiu um assovio para deter a atenção de P. O Homeless Z. já tinha digerido alguns copos de cachaça. Convidou P. para um jogo filosófico:
Z: - Começando... Uma mão segurando um pênis e em cado dedo uma camisinha presa por anéis de brilhantes.
P: - Nada que é humano me é estranho.
Z: - Um monte de fezes em cima da mesa de refeição e pessoas saboreando como se fosse algum acepipe sublime.
P: - Nada que é humano me é estranho.
Z: - Um homem assassina varias pessoas e usa os corpos para elaborar pratos com ervas finas. Ele diz que é um cozinheiro de vanguarda, nouvelle cuisine, ou seja, Canibalismo Refinado.
P: - Nada que é humano me é estranho.
Z: - Políticos roubaram dinheiro da saúde e da merenda escolar.
P: - Nada que é humano me é estranho.
Z: - Crianças são vendidas como mercadoria.
P: - Nada que é humano me é estranho.
Z: - Idosos são jogados em depósitos de gente, chamados asilos, para não incomodarem os familiares.
P: - Nada que é humano me é estranho.
Z: - Adolescentes e crianças se drogam e se prostituem em frente a instituições governamentais.
P: - Nada que é humano me é estranho.
Z: - A Fraternidade, a Igualdade e a Justiça estão presentes no mundo.
P: - Isto não é Humano, portanto me é estranho...
Zombeta vendo que não conseguia seu intento, ou seja, ironizar Pratão, fez um novo convite:
Z: - Quem sabe juntamos nossas moedas e vamos tomar um porre homérico, juro que fico de boca fechada, apenas vamos beber e ficar no solipsismo...
P: - Isto me parece humano, portanto vamos beber em nome do silêncio....
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