terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Kairós Kαιρός - A Eternidade do Pensamento



Kairós  Kαιρός 

A Eternidade do Pensamento

Finalmente - Sentei. Um dia cansativo por não ter feito nada. É verdade que tivesse feito algo, também seria um dia inútil e cansativo, com o agravante de ter modificado alguma coisa de concreto que me rodeia. 

A garrafa não está vazia... 

Tenho Algo a fazer...



A medida que o homem foi se desvinculando da natureza, sua capacidade de agir com o próprio corpo foi se tornando escassa. Por meio da inteligência desenvolveu ferramentas que lhe poupam trabalho, inclusive fabricando alimentos mais caloríficos que lhe dá mais autonomia de tempo entre uma refeição e outra. Possibilitando a dedicação a arte e técnica, pois abreviou ações vitais que antes ocupavam quase todo seu tempo vígil. Tudo flui, Panta Rei, já disse Heráclito - Observando a natureza.



Não quero a volta a caverna, mas também não quero me tornar silício e sangue sintético ou palavras e corrente elétrica... Porque só compreendemos o sentido da vida quando estamos prestes a morrer? Não importa a idade, a morte nos move, tanto quanto a adrenalina. Os dedos na terra é fundamental para podermos ser, ser no sentido filosófico, ontológico. Não adianta ficarmos a existência encima de teclas e celulose; precisamos as experiências da vida para depois descrever, metodizar.





A rotina alcoólica e a física quântica permitiu enxergar coisas que os sóbrios ignoram. Algumas vezes, mesmo de forma inconsciente, consegui chegar a singularidade de Deleuze. Ver que tudo que existe tem a mesma base material e é movido pelas quatros forças que fazem o deus de Nietzsche dançar. A diferença veio com a alcoolemia crítica e o estudo de física de Newton. Relembro uma vez que disse a um filosofo acadêmico que minha mente era selvagem. Conseguia pensar selvagemente Kant, Descartes e todos os racionalistas. Ele respondeu autoritariamente:

-Você quer pensar? Então, entre na academia e faça filosofia, não se pode pensar selvagemente...





Então, lembrei-me de Meinong - o filosofo que acreditava que os objetos não existentes fora dos conceitos - que não encontram realidade - devem existir em algum lugar do universo. Um unicórnio deve existir em algum lugar do infinito universo, algo muito parecido com os multi universos da Teoria das Cordas. Alexius Meinong foi classificado por Bertrand Russel como a mente selvagem. O alcoolismo me liberou do que Deleuze chamava de ‘burocratismo fundamental’ que habita as universidades, que tenta formalizar o rio de Heráclito, que tenta estancar a imaginação. A eternidade do pensamento deve existir dentro da Teoria das Cordas que prevê a existência de 11 dimensões e universos paralelos, além de conciliar a Mecânica Quântica e a Teoria da Relatividade e explica tudo no universo. As palavras que escrevo estão a procura de sentido. Jogo-as ao vento na esperança de que achem sua semântica. Algo parecido com as flamulas budistas adejando, espalhando com o vento seus versos de sabedoria pela natureza. 





Pela força dessa farta doação,
Que eu me torne um Buda para o benefício dos seres vivos;
E, por minha generosidade, liberte
Todos os que não foram libertados pelos Budas anteriores.
Geshe Kelsang Gyatso






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