O vídeo acima traz a reflexão sobre a desesperança estampada no último ser de uma espécie, que foi dizimada pelo maior e mais terrível destruidor do Planeta. Não que a evolução seja maligna em si mesma, porém o lobo ou tigre da tasmânia viu o predador mais implacável do planeta bater na sua porta. O bípede implume que Platão chama de racional, traz consigo um rastro de terror e destruição aos que compartilham o mesmo planeta. A evolução do homo sapiens deu-lhe ferramentas além de suas necessidades de ser, possibilitou a devastação na terra. A ganância do ter, da propriedade, do possuir - acumulando objetos além de suas necessidades, consequentemente, privando outrem.
Vejo a coisa-em-si se manifestando no fenômeno do último ser da espécie Thylacinus cynocephalus. O tigre da Tasmânia em sua forma prestes a se extinguir diante de um invasor e opressor sanguinário. O Lobo Marsupial abre sua alma para ecoar pela eternidade das devastações humanas. O tribunal dos colonos advindo das longínquas terras da rainha não demorou a dar seu veredicto, condenou o lobo da Austrália Insular, baseado na ignorância e na avidez de lucrar do capitalismo a vapor. É o mesmo espirito que dizimou as populações indígenas, os búfalos na América, que colocou crianças a trabalhar por mais de doze horas nas suas fabricas de moer carne humana.
A foto impressiona, expressa o animal encurralado, angustiado, subordinado aos caprichos do invasor que imputou a culpa sem direito a defesa. Na retina da vitima está impresso o matar pelo matar do invasor, a diversão de caçar como faziam com as raposas na Ilha da Honrosa Rainha. Nos cérebros humanos há lógica, justificativas para depredar, para abater por abater. Pensam: "Se encarceramos o nosso próximo, se matamos a nós próprios para conseguir mais riquezas, usufruir de mais conforto; nós que somos superiores, atestados pelo livro sagrado, então, outros seres inferiores são apenas detalhes da nossa escalada ao poder". Nada é empecilho para a filosofia de acumular riquezas. Animais serão dizimados. Especies serão extintas e até mesmo o melhor amigo poderá ser traído para que objetivos sejam alcançados.
O sol vermelho com suas tempestades ao amanhecer pede poesia dentro do meu córtex. Não consigo mais ver a beleza nas coisas que tem um fundo igual, ao perceber a transparência com uma mente livre. Elas somente se diferenciam no antropomorfismo, nos valores que os mais fortes dão para que seus sistemas funcionem. Olhamos as belas obras da igreja católica, todo seus adornos de ouro, a indumentária do sacristão, nos coloridos dos bispos e do vestuário sumptuoso do papa. Vemos coloridos, pompa e luxo. Nossos olhos se maravilham com artistas como Da Vinci, Rafael, Miguel Ângelo, Bernini & tantos outros que espalharam as genialidades sobre/sob o estado católico. Se ficássemos presos a esta faceta cultural-artística-religiosa, poderíamos nos orgulhar da essência humana.
O problema começa quando ao redor deste núcleo de ouro, a arte e orações surgem Torquemadas. Fazendo fogueiras de homens, fervendo em óleo os hereges, torturando dissidentes da santa doutrina cristã. Iniciam-se. Cruzadas em nome da religião, mas o que está por trás dos "santos" cavaleiros - Escondem-se a ideologia das pilhagens. Invasões de países, intolerância e assassinatos em massa... Atualmente o sangue foi estancado, de vez em quando pinga dos interesses econômicos do vaticano, mas a pedofilia encontra abrigo sob o simbolo da cruz & Papas entram & Papas saem e os discursos se tornam inócuos quando confrontados com a realidade.
Quanta barbárie, quantas injustiças em toda parte - guerras, fomes, opressão. O belo, o sublime, o horripilante são formados pelas mesmas sub-partículas físicas, movimentadas pelas quatros forças do universo. Fico pensando no ser que não encontro na ontologia de Heidegger, na filosofia grega, em especial no imóvel ser de Parmênides ou no Panta Rei de Heráclito, mas sinto uma estranha sensação de preenchimento quando o álcool lentamente invade meu corpo e se manifesta concordino com minhas visões de William Blacker. Claro que minhas alucinações reais não tem deuses nem seres míticos. Contudo se manifestam nos entes da física quântica, seres matemáticos, lógicos que encontram realidade exata nas sinapses da minha mente - mente no sentido darwiniano - sinto que a transformação da minha energia consciente está chegando ao fim. & como Epicuro não estou preocupado com thanatos, pois quando ele está eu já não mais estarei e isto me é indiferente....
O sol se levantou mais uma vez, contrariando Hume, se levantou mais cedo e bordou de rosa o horizonte, a matéria escura. Ela ocupa uma parte do meu pensamento, entrementes, Neil Young com sua Cinnamon Guirl ecoa no computador. A cabeça gira após doses cavalares de vodca na madrugada, mas nada de novo no front, sempre condenado por ser humano e La Nave Va de Felinni e a Nau dos Desesperados me deixa numa ilha para respirar a solitária solidão... Sou um naufrago, mais um idiota separado da multidão de imbecis, melhor seria ter nascido ou evoluído no espaço-tempo como uma pedra sem valor....
A cama estava quente e confortável. Um ponche de lã batida cor de café com leite com listras em zigue-zague, cinzas e vinho, junto com um edredom roxo aqueciam Ziembiksh. O agradável calor, o conforto térmico possibilitado no quarto, contrastando com o intenso frio que emanava do polo sul, não demoveram o instinto suicida de Z. Na quietude gélida e escura do inverno de junho os termômetros cravavam temperaturas negativas, mostrando o rigor do inverno sulino. Z. levantou sem fazer ruido ou acender a luz e começou a executar seu plano, seu projeto de autodestruição. Providenciou uma escada de corda, comprada numa ferragem decadente de um amigo zen-budista. Prendeu-a de forma eficiente e jogou pela janela do sobrado, dando partida, iniciando o planejamento minucioso.
Abriu e fechou as mãos sucessivamente até que o sangue congelado começasse a circular. As lajes de grés rosas com finas camadas de gelos não incomodavam Z. Seu corpo nu desafiava o clima severo. O deserto invernal foi sendo rasgado na madrugada soturna. A rua arborizada da infância foi ficando para trás, assim como as lembranças dos jogos, das brincadeiras, dos cinamomos e suas bolinhas que possibilitaram velhas batalhas entre os garotos do bairro. A ideia fixa no suicídio foi deletando a memória agradável, as boas lembranças e justificando cada passo em direção ao fim.
Z. sentia-se excluído do processo social, sofrera por longo tempo bullings. Por ser muito tímido, aceitava sem resistir as agressões verbais e físicas. Seu winchester biológico através da timeline armazenava os fatos negativos e deletava as informações de bem estar. Ziembiksh se transformara numa máquina de auto-destruição, estava programado para o suicídio.
A Via Crucis foi sendo percorrida. Z. sabia que não podia voltar atrás. A balança da existência pendia de forma inextrincável para o final. Faltava pouco para se livrar da penitência que era sua vida. Não tinha nenhuma ilusão quanto alguma transcedência. Um pensamento monocórdio recocheteava na caixa craniana: "Nascemos sós, morreremos sós...". Ziembiksh era uma mistura de zen-budismo com marxismo-lenilista. A universidade lhe deu a posição politica radical de esquerda. Usava a ideologia marxista como uma espada para esgrimar com as injustiças do mundo. O zen-budismo lhe chegou junto com a paixão por Aymee, uma francesa que conhecera no primeiro Foro Mundial Social em Porto Alegre. Foi feliz por quatros anos. Incensos, viagens ao templo budista de Três Coroas. Alimentação vegetariana, uma existência frugal, mas uma overdose de heroína roubou-lhe a felicidade para sempre. Aymee experimentou pela primeira vez a droga - não resistiu. Seu corpo quase transparente, frágil não suportou a busca de uma nova experiência.
Os passos continuaram em direção ao rio. Uma parada planejada. Pegou a corda que guardara no dia anterior nos arbustos, que antecediam a margem da água doce. O vento dilacerava a carne, mas nada o faria desistir. Na margem - amarrou uma ponta do nylon no pescoço e outra num pedaço de concreto. Segurou os vinte quilos de cimento e andou até a beira do canal com vinte metros de profundidade. Não havia mais nada a fazer, senão jogar o concreto em direção a profundidade das águas frias e escuras... Era o deadline para acabar com o inferno de sua vida.... Arremessou a massa informe de concreto para a profundidade do canal, mergulhando para a insignificância que todo ser humano está condenado, desde quando emerge do ventre e emite o primeiro vagido...
A última vez que falei com Desgedder senti que estava meio depressivo. Seu rosto se parecia com o Cavaleiro da Triste Figura, mas sem as ilusões do romântico personagem. Bem ao contrário do quixotesco personagem - que se alimentava de sonhos e moinhos. Seus lábios estavam roxos - quase negros. Sentamos ao redor da mesa do bar. A nossa conversa foi regada com cerveja e varias doses de whisky. Desgedder estava com ideia fixa na morte, para ele a existência é uma invenção da natureza. Os homens existiriam para que o universo desse gargalhadas da sua fragilidade, da sua arrogância.
D: - Vou abrir o jogo pra ti.
Alguns minutos de silêncio, algumas doses de whisky e cerveja para amenizar o calor insuportável. Quando voltei a olhar diretamente para D. ele fazia um movimento da mão até boca. Pude ver que ele tinha comprimidos na mão, mas logo desapareceram em direção ao estomago. Retomou o folego e começou a expor seu segredo:
D: - É difícil falar... Bem, mas parece que você é capaz de guardar segredos e não interferir na vida de terceiros.
- Só interfiro, quando posso ajudar e, assim mesmo, quando há concordância. Depois de mais uma pausa, D. começou a expor seu segredo: D: - Na realidade, estou obsedado - com ideia fixa na morte. Li o livro Tibetano dos Mortos, Bardo Thodol, pensando que teria alguma resposta, um consolo para suportar a realidade tão pesada em que vivo. Mas fiquei ainda mais decepcionado com tanta projeção de ilusões - de que temos uma transcendência após a morte. - Bem... A filosofia oriental, o budismo tem na sua essência a reencarnação, o Karma e o Darma. Se você não acredita em espiritualidade e transcendência escolheu o livro errado. -Sim... É verdade. Você sabe que sou ateu, mas acreditei que encontraria na sabedoria oriental um pouco de suporte neste momento caótico...
Desgedder levantou e foi em direção ao banheiro. Por momentos, pensei que ele estava flutuando, levitando. Ao voltar, disparou uma frase que congelou minha racionalidade e sentidos. Apesar de tempos em tempos este tema rondar meus pensamentos:
D: - Cara. Estou a fim de um suicídio...
Desgedder novamente levou a palma da mão em direção aos lábios e engoliu mais uns comprimidos. Solicitou que o garção deixasse a garrafa de whisky na mesa e continuou:
D: - Falando sério. Não vejo mais sentido na vida. Não tenho inspiração para fazer nada a não ser a minha própria destruição... Não devia ter me aprofundado tanto em teoria quântica. Primeiro foi o encanto com um mundo infinito de possibilidades. Achei genial a frase de Heisenberg: "Vivemos a Era da Incerteza". Porém aos poucos fui percebendo que o homem não tem nada de concreto sobre o universo. Somos joguetes das forças da natureza. Tudo que me ensinaram era apenas distração para desviar meu pensamento da morte.
- Bem, não sei o que vou falar vai produzir resultado no seu animo, na sua vontade - que procura intensamente o nada. Confesso que já passei por um período depressivo violento - após a abstinência de heroína. Não aceitei que me levassem para nenhuma clínica. O que me ajudou a escapar desta foi a natureza pura, esta que você diz que nos somos joguetes.
D: - Fale... mas não vai adiantar...
- Well, em meio a Tempestades & Tormentos & desejo do Deus-Nada-Infinito, me caiu nas mãos um livro de Schopenhauer, O Mundo Como Vontade e Representação. Schop foi muito influenciado pela filosofia oriental, que entre suas inúmeras passagens de sabedoria discorre sobre a vontade. O Karma seria o ciclo vicioso da vontade. Estamos num ciclo interminável, cada vez que saciamos uma vontade surge outra. Hodiernamente o Mercado soube canalizar - o eterno retorno - para o consumo. O sistema de
Palingenesia, tão bem sacado por Nietzsche, virou a filosofia da máquina que tritura os sonhos e escraviza o homem atual, ou seja, o capitalismo e o deus mercado.
D: - Mas, isto só reforça meu desejo do nada.
- Desculpe, já ia me enrolando em ramificações, mas vou ser objetivo. Schop diz que a única maneira de você driblar a vontade e ter contato com o Ser Verdadeiro é por meio da admiração da natureza pura. Ele menciona também as artes, principalmente, a música como possibilidade de momentos de união com o Sein-an-sich. Tanto foi... que seu herdeiro mais imediato elegeu a música e as belezas naturais do sul da europa como seu trampolim de salvação do grosseiro espirito germânico e da decadente cultura tedesca.
D: - Nietzsche disse: "A vida Sem a Música seria um erro". Falou porque não conhece o que temos hoje...
- Imagina.. Teria se matado, Ops, não deveria mencionado isto...
D: - Não te preocupe, pois o que você me disser não vai fazer efeito, já tomei uma decisão. Vou cometer suicídio mais cedo ou mais tarde e isto está baseado em teorias, em tudo que aprendi com a Física quântica... Diria que é um suicídio cientifico.
- Se isso te serve de consolo, já tentei algumas vezes... já que estamos num diálogo franco- alcoólico .. Sempre fui incompetente, talvez por ter tentado a versão feminina. Não sei quantas vezes utilizei soníferos e álcool e sempre acabei acordando em alguma emergência de hospital.
D: - Veja bem, o que está acontecendo. Em vez de você tentar me convencer o contrário, sinto que estou te influenciando. Quem sabe vamos para o teu Deus-Nada-Infinito juntos?
- Vou te responder usando a tua especialidade, a física quântica, o mundo é um infinito de possibilidades. Convença-me...
O dialogo perdurou por mais algumas horas e algumas garrafas de cerveja e doses de whisky. Desgedder usou sua convicção em relação ao suicídio, sua teoria cientifica de automutilação para me convencer. Confesso que depois de meus neurônios serem invadidos por um exercito de moléculas etílicas...vacilei. Porém sabia que o meu principio de auto-conservação era mais forte que o de D. Não sei se isto me transforma em covarde ou herói, mas o que tenho de concreto é o oxigênio que entra nos pulmões, a música de Mahler e o copo de absinto - que me acompanham enquanto escrevo este texto-maxikoan. Quanto a Desgedder faz um mês que não o vejo... certamente, ainda não executou seu projeto cientifico de autodestruição, pois as notícias ruins viajam a velocidade da luz...
MACHADO DE ASSIS:
"Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria"
Esta Frase Sintetiza a Obra do Filosofo - assim foi com o Cristianismo, com Lou Andreas-Salomé...
A contradição gera a dialéctica, a dialéctica nos lembra Heráclito que disse: "Panta Rei" - hoje nos sabemos que tudo flui, tudo muda... O Universo Newtoniano foi readaptado a uma nova exigência da ciência do século vinte e mesmo Einstein que o modificou teve que fluir e admitir que o Universo não era estático e sim estava em expansão. Este processo do fluir continuará até que o último Ser da humanidade pereça por uma catástrofe natural ou artificial - e ai - não restará mais nada, pois teorias só servem para os homens, pois para o restante do universo elas são indiferentes, assim como os Deuses de Epicuro Ignoravam a Humanidade...
A Cabeça de Nietzsche
Caminhava pelo basalto que margeava as veias asfálticas, um varredor vassourava as flores lilases dos jacarandás, dispunha em figuras geométricas - um esteta-matemático-prático. As ruas sulinas encanavam o vento que adejava minha jaqueta de veludo - uma capa surrada de anti-herói. Apesar de bandarrear - tinha um projeto. Consistia em fisiologicamente tentar reproduzir o cérebro de Nietzsche para melhor compreender sua filosofia. Seria como cortar a própria carne - cobaia e cientista ao mesmo tempo. Depois de ler alguns livros e assistir uns Youtubes do filosofo - iniciei o processo.
Selecionei quatro fatos de Nietzsche que achei fundamental para o intento:
a) Pegar a doença venérea denominada sífilis. b) Abusar de narcóticos. c) Manter relações sexuais com profissionais do sexo. d) Ser abatido por uma paixão violenta de uma mulher bela e inteligente e ser desprezado pela mesma.
O objetivo foi alcançado. O item a e c se complementaram - bastou se relacionar sem o preservativo. O item b não tive dificuldade - já tinha uma larga experiência - foi só intensificar as doses. O mais dificultoso foi o item d, mas consegui achar a minha Salomé. O coquetel explosivo me transformou em nitroglicerina pura. Cefaleias constantes, vertigens, misoginia, solidão ao extremo, sentimento de que a escala de valores morais deveria ser invertida.
A partir de Agora, Tudo o que Você Ler, Será Sob o Efeito da Experiência denominada: Cérebro de Nietzsche
Resolvi extremar de vez. Fui a uma região montanhosa e me embretei em uma caverna com cheiro de amônia, causada pela urina dos morcegos. Levei muitos cadernos e canetas para as auto-observações. Sentia Zaratustra incorporar no meu espirito. Estava livre da moral de rebanho, dos fracos e dos racionalistas que negam a vida. Ouvia uma catadupa que distava alguns quilômetros, era a voz da natureza, de dionísio no seu mais alto esplendor. Logo nos primeiros dias fiz amizades com serpentes e águias. Comungavam dos meus filosofemas. Assim como eu desdenhava dos racionalistas, dos fracos, dos cristãos, dos moralistas - elas abominavam as corujas, os caprinos e as ovelhas domesticadas. Mantive muitos diálogos com Aves de Rapinas e Víboras. Abaixo mostro o último:
Zaratustra - Admiro vossas naturezas que mostram o vigor puro do instinto, a aretê da Antiga Grécia, anterior a Sócrates...
Serpente - A minha espécie usa de dois dispositivos para existir, os maiores ofídios tem a força, a constrição para esmagar e capturar as presas ou vitimas como queiram; já os menores usam a complexidade molecular da peçonha, do veneno para imobilizar as vitimas, para devorar nossas presas, fazemos sem culpa, sem ressentimentos, pois nos apoiamos na lei do universo em que a força maior se imporá sobres outra menores...
Zaratustra - Mas note bem, apesar da força maior sobrepor as outras, ela conserva as menores, soma para criar mais vigor...
Serpente - Então deve ser por isso que me sinto mais forte, mais completa a cada vitima digerida...
Águia - Vocês podem me enxergar menor quanto mais alto eu voo, mas lá de cima respiro o ar mais puro, enxergo minhas vitimas para predar com mais precisão.
Zaratustra - Meus novos amigos, vim para este lugar para ficar longe do ar pesado, do azedume da moral dos homens, do mundo artificial que contamina com seu veneno até o último átomo.
Serpente: Qual sua presa?
Zaratustra - Minhas presas preferidas são a moral de rebanho, a promessa de um mundo melhor no futuro, tanto da ciência como da religião. Precisamos viver o agora com força, sem culpa, enfrentar as tragédias como afirmação da vida.
Águia - Minha espécie não tem moral, pois conhecemos que a única verdade do universo é o instinto, a força.
Serpente - Concordo. Inclusive li um de seus filosofemas caro Z., companheiro de viagem, achei muito interessante e adequado o vosso aforismo: "Aquilo que não me mata, só me fortalece". Achei muito apropriado a nossa espécie...
Zaratustra - Bem meus caros amigos, sinto muito em comunicar que vou ter que deixá-los, pois preciso mais um tempo junto ao imitador rebanho servil ( imitátprés, servúm pecus), necessito de mais elementos sobre o Pathos-Cristão para melhor elaborar a transmutação de todos os valores humanos. Senti-me tão a vontade entre meus iguais - difícil me despedir....
Comecei o caminho inverso, abandonei a caverna que me deu guarita e as Águias e Serpentes que me fizeram companhia. Descendo a montanha em direção a cidade, comecei a lembrar que havia dinamitado todas as pontes. Tinha vindo com o proposito de me afastar da mediocridade, dos parasitas da razão, da moral, do cristianismo, da mulher que me havia rejeitado. Na realidade, o devir vai repetir o passado e o presente - É o Eterno Retorno... Pensamentos auto-críticos começaram a me perturbar, pois sentia no fundo da minha alma que a estada na montanha tinha sido inútil.
Estava me tornando um hipócrita, com efeito, queria os prazeres mundanos: álcool, narcóticos e prostitutas. As Cefaleias haviam se agudizadas, não ia mais sofrer, me tornar um estoico, um cristão me penitenciado, enquanto os prazeres me ofereceriam um paliativo....
Resolvi abandonar qualquer projeto filosófico e me deixar levar pelo prazeroso rio de Heráclito, que no seu fluir dissolve todas as metafisicas, todas as morais e constrói uma ontologia do prazer, da carne, da vontade de potência...
Friedrich Nietzsche: There are no facts, only interpretations.
Mergulhado nos fins dos tempos - Nietzsche - escreveu: "O sono é irmão da morte, um sinal de esgotamento".
Meu corpo clama, implora doses de barbitúricos regado com álcool. O sono me persegue, vivo cansado, lânguido. Persigo a anulação de qualquer forma de pensamento mais profundo. Nunca foquei em nada, mas hoje, por mais contraditório, estou focado no nada. No nada que fica nas entrelinhas do Ser de Aristóteles e Martin Heidegger. Tudo para potencializar meu niilismo que me cristaliza indevidamente na existência. Quem cunhou a melhor frase do século XX foi Heisenberg que enunciou o Princípio da Incerteza, justamente um matemático e físico teórico. O nada é o principio das infinitas possibilidades, inclusive nenhuma, mas como vivemos nos tempos dos transfinitos, mesmo nenhuma, tem suas infinitas possibilidades...
Muitos temem em seu corpo a bala, a faca, a foice, a picada de uma tarântula; mas isto é justamente a existência se encontrando com o objeto. O objeto e a existência que todos se apegam, se agarram para esquecer o nada futuro, mas o nada é o infinito de possibilidades. Existem dois tipos de nada. O nada representado pela equação: 1 segundo dividido pelo Número de Graham antes do Big-Bang:
Tempo = 1 Segundo
Número de Grahan
O Segundo nada é a singularidade dentro do buraco negro, pois não teríamos mais como saber alguma coisa de um objeto ou de um cosmonauta ou mesmo a luz quando ultrapassar o horizonte de eventos da infinita densidade.
Quando focamos no nada o tempo se dilata, nisto Einstein tem razão, pois para focar no nada o pensamento deve estar a velocidade da luz, ou seja: 299 792 458 m / s. A velocidade da luz é como toda a espitemológia, como todo conhecimento humano - resumindo - um antropomorfismo que se extinguirá quando chegar o nada do último homem no universo. E quando acabará o universo? E deus? E os Santos? E a Salvação? E o Paraíso? - Bem, isto está dentro do nada. Não do nada do antropomorfismo. É inútil querer entender o nada que transcende o nada humano, pois lá está a coisa-em-si, ou simplesmente o nada infinito....
Muitos me acusarão de querer criar uma nova religião do deus chamado nada-infinito. Estão enganados, a essência do meu deus é o próprio nada e em nada ninguém tem fé. Bem poderão dizer é uma filosofia, uma ciência ou um apócrifo manuscrito do velho testamento, novamente se enganam, pois o nada é indefinível. O melhor conselho que posso dar sobre o nada é aproveitem o nada. Comam o nada. Mastiguem o nada. Bebam o nada. Injetem o nada nas veias espirituais do deus nada-infinito ou do deus de suas crenças. Pensem o nada, pois o nada não pensa em você....
Tempestades elétricas povoam a rede neuronial; os fluxos elétricos encandeiam explosões de pensamentos acúleos e clareadores no fundo do abismo mais desesperador e trevático, mas sempre a dicotomia do falso e do verdadeiro prevalece, apesar da luz, da razão. A realidade é sempre uma duvida, que me perdoe Descartes. Sua certeza veio da duvida, então o pressuposto não poderia implicar numa certeza, claro, falando de geometria e lógica. Então, venham para o mundo cruel, venham para o moinho de carnes humanas, este é o convite que faço a todos éticos, lógicos e moralistas de plantão, pois fora dos esquemas, dos sistemas e equações o sangue pulsa, se derrama na terra fértil das injustiças, aonde os teólogos e seus asseclas não ousam pisar.
O piloto fantasma do corpo, o Eu (consciência) de Descartes, do Espirito Cristão, há muito abandonou a nau dos insensatos, a nau dos aflitos nos infinitos vales de lagrimas, do sofredor de todas gólgotas, das lustrações da alma humana. Na superfície do oceano racional a nau está prestes a mergulhar em águas profundas, onde a razão é serva das realidades primitivas, dos instintos que conservam a vida. Ratos e motineiros se agarram a fragmentos cartesianos, kantianos, no dever ser, nas éticas múltiplas, enquanto Nietzsche martela com seu malho dionísico.
Homens ao mar, S.O.S., os fracos emitem gritos desesperançados como crianças longe do seio materno, mas o mais terrível ainda está porvir. Ao longe, além do zênite, onde nenhum olhar alcança, vozes tonitroantes fazem chegar aos ouvidos humanos, gelando os temerosos, os religiosos, os moralistas:
- Deus está morto. A irracionalidade tem suas razões...
Toda a calmaria esconde seu potencial de tempestades, aliás toda calmaria está ligada por uma tempestade. O fluir são elos que se completam numa corrente infinita, numa incompreensão circular. A duvida e a certeza são circularidades, são faces da mesma moeda, que joga aleatoriamente diante os olhos incautos humanos. O destino convida o homem para dançar sua música, seus passos pré-determinados que lhe dão impressão de conhecimento, de previsão. Sócrates cunhou sua única frase que condiz com a realidade, depois de ouvir do irracional, das cavernas sulfurosas, da garganta do Oraculo de Delfos:
- "Você é o homem mais sábio de Atenas"
Depois de muito pensar, depois de muita maiêutica conseguiu sintetizar o mundo dos homens numa frase:
- "Eu que sei que nada sei"
O destino humano foi traçado há 15 bilhões de anos, quando do Big-Bang. As quatro forças dos universo e a matéria forjaram, no núcleo super aquecido das primeiras estrelas - o carbono - o responsável pela vida. Nada do que acontece atualmente no cosmo, no infinito, na consciência do homem, que não foi programado dentro da infinita densidade antes da explosão. Parece histriônico os homens acreditarem em livre-arbítrio, em planejamentos, em adivinhar o futuro, mesmo por meio da ciência. A ciência é filha direta do mito; o espaço-tempo é a régua que mede o antropomorfismo. Einstein só elaborou a teoria da relatividade (especial e Geral) devido o tempo-espaço percorrido pelo conjunto da humanidade. Hegel tinha razão quando dizia que a dialéctica é "a marcha e o ritmo das próprias coisas", porém ao homem cabe somente interpretar o passado, mesmo que em acessos de "racionalidade" tenha a impressão que tem o domínio do porvir. A única ciência que está a disposição do ser humano é a hermeneutica para nos livrar do niilismo, do sem sentido que é a existência...
Um mendigo filosofo - apelidado de Pratão - caminhava pelas ruas úmidas de nevoa permanente e invernal. Como sempre os pensamentos procuravam justificativas para os problemas humanos. Enquanto dobrava a esquina se deparou com outro homeless conhecido pelas bebedeiras e destilações de irônicas - chamado Zombeta. Z. não perdeu tempo ao ver o P. e logo emitiu um assovio para deter a atenção de P. O Homeless Z. já tinha digerido alguns copos de cachaça. Convidou P. para um jogo filosófico:
Z: - Vou dizer algumas palavras, algumas frases e você com sua sabedoria irá rebater, contrapor ou simplesmente calar-se.
P: - Tudo bem. Vou entrar no seu jogo irônico...
Z: - Começando... Uma mão segurando um pênis e em cado dedo uma camisinha presa por anéis de brilhantes.
P: - Nada que é humano me é estranho.
Z: - Um monte de fezes em cima da mesa de refeição e pessoas saboreando como se fosse algum acepipe sublime.
P: - Nada que é humano me é estranho.
Z: - Um homem assassina varias pessoas e usa os corpos para elaborar pratos com ervas finas. Ele diz que é um cozinheiro de vanguarda, nouvelle cuisine, ou seja, Canibalismo Refinado.
P: - Nada que é humano me é estranho.
Z: - Políticos roubaram dinheiro da saúde e da merenda escolar.
P: - Nada que é humano me é estranho.
Z: - Crianças são vendidas como mercadoria.
P: - Nada que é humano me é estranho.
Z: - Idosos são jogados em depósitos de gente, chamados asilos, para não incomodarem os familiares.
P: - Nada que é humano me é estranho.
Z: - Adolescentes e crianças se drogam e se prostituem em frente a instituições governamentais.
P: - Nada que é humano me é estranho.
Z: - A Fraternidade, a Igualdade e a Justiça estão presentes no mundo.
P: - Isto não é Humano, portanto me é estranho...
Zombeta vendo que não conseguia seu intento, ou seja, ironizar Pratão, fez um novo convite:
Z: - Quem sabe juntamos nossas moedas e vamos tomar um porre homérico, juro que fico de boca fechada, apenas vamos beber e ficar no solipsismo...
P: - Isto me parece humano, portanto vamos beber em nome do silêncio....
Estou sempre incoativo. Uma incoatividade sistemática; é o padrão de uma passividade consciente, que sabe, que traduz a palingenesia, o eterno retorno de Nietzsche. Sinto o sabor do gerúndio em cada passo futuro que sempre deságua no passado. Sinto o desejo racionalizado ou a sabedoria do amplo fluxo da existência que não pode se desvincular da pré-determinação, da natureza que os gregos chamavam de Phisys. Na realidade, a Phisys Grega exercida pelos que a filosofia chama de pré-socráticos - nos revela uma profundidade no conteúdo conceitual gerado pelo epifenômeno que se aproxima muito do Ser. O Ser dos sentidos, das percepções, da linguagem adaptada a realidade. Os neurônios neste modelo estão configurados com as forças do universo, da matéria formando uma sintonia fina com córtex.
O paradigma da Phisys Grega, apesar de seus vários conceitos e diferentes interpretações, mantém o fundamento que se abre para o homem moderno - para ciência atual. De Tales de Mileto (Água) a Demócrito (átomos) há a unidade, o modelo que busca fechar o sistema a partir de um principio, num pressuposto que vai redundar na teoria, na busca da verdade, mesmo que seja infinita. Aqui começa o perigo da totalidade, de fechar universos específicos, ampliando para uma explicação holística. Esta ideia da formula total foi transposta perigosamente para as ciências sociais. No Século XIX Auguste Comte iniciou com a sociologia a transposição das leis científicas da natureza à sociedade humana, ocasionando uma matematização da humanidade no seu Positivismo.
A Direita e a Esquerda no século vinte usaram o estado como a racionalidade mais acabada, o ápice do espirito, como escrevera Hegel - o coletivo sufocando o individuo. O controle total do homem pela repressão tem a origem na tentativa de totalização da sociedade e do mundo pela Republica de Platão e da Racionalidade Hegeliana, que provocaram as grandes guerras e uma tensão permanente no século XX. Nestas filosofias há uma justificação de uma sociedade de classes, de estamentos, sem mobilidade social ou a extinção de patamares sociais, herdadas da revolução industrial, da maquinação social, da divisão do trabalho; diferente das Utopias da renascença, que ofereciam um mundo mais generoso, mais edulcorado ao ser humano.
No Século XXI chegamos ao controle total dos cidadãos do mundo. A Rede Mundial de Computadores (WEB) possui todos os dados de cada unidade humana. Ao mesmo tempo que se abre como um espaço democrático, há nos obscuros escaninhos dos Governos Globalizados um gerenciamento da existência de cada individuo conectado na rede. As recentes revelações de Edward Snowden publicadas por Greenwald nos mostram este aspecto. Não estamos sós, cada pensamento, cada expressão deste exercício neuronial é monitorado, vigiado e reprimido e estimulado para o consumo.
Os Drones que eliminam "terroristas" tem como consequência perversa atingir populações civis. Quem decide se x ou y sumariamente devem ser eliminado são governos comprometidos com a tecnologia de guerra. A economia bélica pressiona governos para que seus produtos sejam consumidos pelo ditador de plantão ou o Obama do momento. Como podemos confiar em Governantes se eles se elegem com dinheiro do Lobby dos Grandes Conglomerados Econômicos. Estamos determinado a acreditar que os seres humanos são dependentes da ideologia do poder de plantão, da Igreja, das teologias, do Capitalismo e da Política dos Rentista que estouram Orçamentos Sociais; pois somente uma minoria sai as ruas para protestar a manipulação que o ser humano é submetido, enquanto a passividade e um consumo desenfreado encantam a classe media no seu eterno sonho de ter...
Terminando... como se organizar contra a totalidade repressora de transnacionais, de manipulação de dados, de governos corruptos que com o voto a cabresto conduzido pelas Mídias Tradicionais se mantém frente a Países que estão ligados intestinalmente com o interesse econômico. Não há fronteiras delimitando o que ser humano pode ou não pode fazer, mas simplesmente a organização de uma moral baseada em estrategias de dominação que mantém a população escrava de sua própria "consciência", aceitando o olhar do Senhor - A Crueldade da Filosofia de Hegel Racionalista.... Ninguém pode manipular nossos sonhos como manipulam a realidade... E com esta frase encerro minha divagação internamente coerente com os meus neurônios configurados pelo ser que se atualizou no castrador sistema capitalista.
Estou confinado na gravidade da existência, numa conspiração do mundo sub-atômico que depreciou sua energia, restando matéria fria, sem emoção, apenas epistemologia, teoria do conhecimento. A natureza vibra fora deste limite, os fótons livres bombardeiam a matéria e sonham em colidir com a energia escura - ou o velamento da física que os pré-socráticos deixaram nas entrelinhas de seus tratados e poesias.
O estado de coisas se resume a uma bolha intransponível que retém o transpassar transcendental kantiano. Prisioneiro de um imanente universo que flui no espaço-tempo eterno e relativo, sem Einstein, sem consumo de energia e matéria, apenas atualizando o singular nos campos inexpugnáveis de Espinoza, do perspectivismo nietzschiniano que se integra no processo das dobras de Gileuze.
II
A cabeça desnuda recepcionando ondas desinteligentes. A crueza do córtex é responsável pela ignara comunicação, interlocução. A matéria como último bastião da liberdade , não que a única solução seja o materialismo, mas quiçá a transformação de matéria em energia eterna sem consciência antropomorfica e caso não seja possível, ainda resta o plano b: - A dualidade da Luz; ora energia, ora partícula... A memoria-junkie tinha um sonho ou no sonho tinha uma memoria-junkie, mas o certo foi que acordei com a imagem de um cavalo copulando com uma mulher. A lascívia feminina era dirigida pelo equino que com seus olhos imperturbáveis enfiava seu pênis quase infinito na flor da gravidade curva e paradoxalmente quântica. Os fótons, os quarks, os léptons, os bárions, gravitons... que formavam o corpo da espécie humana feminina, regidos pelas quatros forças que ordenam o universo, de acordo com a teoria das cordas, construíam a figura da fêmea abrindo a boca, revirando os olhos e colocando sua língua vermelha sex appeal em movimentos sinuosos, rápidos como as ondas do estágio do sono REM. Os raios solares invadiram a lucarna, levantei do colchão surrado, os olhos cansados se depararam com o aquário cheio de hippocampus grávidos; os machos cuidando dos filhotes e as fêmeas livres para agirem no meio fluido....
III
Crianças haitianas comem bolachas de barro secado ao sol com um pouco de sal para torna-los mais palatáveis. Em Manhattan um executivo acompanhado do seu Ceo são responsáveis por fraudes financeiras que desequilibraram a maior economia capitalista, mas indiferentes a isto, degustam algum acepipe extravagante, harmonizado por um vinho que expressa sua qualidade em duas unidades de mil dólares. A globalização, o sistema financeiro está garantido, ou melhor, as transnacionais não irão a falência, pois a mão invisível do estado ofertará bilhões de dólares dos impostos da população.
A periferia globalizada se desfaz de suas riquezas minerais e humanas, os primeiros explorados e exportados por empresas supra-nacionais, que espalharam seus sustentáculos sobre os territórios nacionais precarizados; os segundos são dilacerados pela fome, pelas doenças tropicais, pelas calamidades anti-ecológicas e governos levados a cabrestos pelas elites associadas aos capitalistas do centro. Para piorar a situação, os países periféricos com vastas fronteiras agrícolas, tem os preços de seus produtos controlados por bolsa de valores estrangeiras que manipulam artificialmente os valores.
IV
No final estaremos todos dentro do limite de Chandrasekhar, seremos eternas anãs brancas a esfriar num universo configurado pela Teoria das Cordas, seremos sons originários do dedilhar do destino, estamos aferrolhados e pré-determinados pelas quatro forças que governam. Querer ultrapassar isso é ficar retido na singularidade de um buraco negro, numa densidade infinita, onde nem a luz escapa. Não tenho boas notícias ou consolos para os humanos e qualquer outro ser que possa existir, estamos condenados a solidão terrível da massa que forma o universo tanto dentro como fora do limite Chandrasekhar ....